Agricultura alternativa: o que é, características e benefícios
A agricultura alternativa permite que os produtores cultivem alimentos de forma sustentável. Isso significa que ela busca na própria natureza formas de preservar o meio ambiente e os recursos naturais.
Neste artigo vamos explicar o que é agricultura alternativa, como ela surgiu e quais são os sistemas agrícolas alternativos.
Então, se você tem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura.
O que é agricultura alternativa?
A agricultura alternativa consiste em um método de cultivo que produz alimentos de forma sustentável, envolvendo o solo, recursos naturais e seres vivos.
Assim, diferente da agricultura convencional, que se baseia em sementes melhoradas, agrotóxicos e maquinário agrícola, o modelo alternativo prioriza o uso de:
- Compostagem;
- Fertilização do solo com adubos orgânicos;
- Sistemas agrícolas regenerativos;
- Fontes renováveis de energia;
- Manejo do solo com rotação de culturas;
- Reciclagem de nutrientes;
- Controle biológico de pragas.
Como surgiu a agricultura alternativa?
A agricultura alternativa surgiu na década de 1980, logo após a Revolução Verde, como uma alternativa à agricultura convencional. Esse termo foi adotado para designar um conjunto de movimentos alternativos em torno de formas não industriais de agricultura.
No Brasil, a agricultura alternativa começou a ser discutida na década de 1980 e 1990, por estudantes e profissionais de Ciências Agrárias que estavam preocupados com os impactos ambientais da Revolução Verde.
Quais são os sistemas agrícolas alternativos?
Como falamos, a agricultura alternativa produz alimentos de forma sustentável. Alguns sistemas agrícolas alternativos que utilizam esse método são: agricultura regenerativa, orgânica, natural, biológica, agroflorestal, agroecológica, biodinâmica e sintrópica.
Agricultura regenerativa
Esse modelo agrícola defende que é possível produzir ao mesmo tempo, em que se recupera a terra e se preserva o meio ambiente, por meio da restauração de áreas degradadas, conservação de espécies animais e aumento da captura de carbono no solo.
Em resumo, a agricultura regenerativa tem o objetivo de promover a melhora do solo e da biodiversidade enquanto produz alimentos nutritivos de maneira lucrativa.
Os princípios da agricultura regenerativa são:
Solo: contribuir para a construção de solos férteis e saudáveis.
Biodiversidade: aumentar a preservação da biodiversidade no sistema através da utilização de espécies-chave para controle de pragas e doenças.
Água: otimizar o uso de recursos renováveis, enquanto minimiza o uso de recursos não-renováveis.
Socioeconômico: manter o equilíbrio sustentável em todas as esferas socioeconômicas.
Ambiental: a agricultura como a chave para resolver problemas ambientais.
Agricultura orgânica
A agricultura orgânica está entre os mais conhecidos tipos de agricultura alternativa e consiste em um sistema de produção agrícola que se baseia em princípios sustentáveis e na preservação do meio ambiente.
Sendo assim, entre suas principais características podemos citar:
- Não utiliza agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, pesticidas, inseticidas, hormônios, estimuladores de crescimento, clones ou organismos geneticamente modificados;
- Prioriza a agrobiodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida das pessoas;
- Considera o solo como um organismo vivo, que deve ser tratado com cuidado para manter a vida nele existente;
- Usa adubos orgânicos de baixa solubilidade;
- Controla insetos e doenças com medidas preventivas e produtos naturais.
Agricultura natural
A agricultura natural é um sistema de cultivo que se baseia na natureza e em tecnologias alternativas para obter alimentos saudáveis e nutritivos, enquanto protege o meio ambiente.
Na prática, seu objetivo é produzir alimentos por meio das ações edafoclimáticas, com envolvimento do solo, seres vivos e recursos naturais, utilizando outros recursos como energia solar.
A agricultura natural tem como características:
- Resgatar a vida do solo, mantendo-o puro e vivo;
- Tirar o melhor proveito dos recursos naturais locais, como a energia solar, os recursos hídricos, os solos e os seres vivos;
- Utilizar compostos, adubos verdes, cobertura morta, microrganismos do solo, entre outros recursos naturais;
- Controlar pragas e plantas daninhas de forma biológica e biomecânica.
Agricultura biológica
A agricultura biológica é um sistema de produção agrícola que usa substâncias e processos naturais para produzir alimentos. Seu objetivo é reduzir o impacto ambiental, melhorando a fertilidade do solo, a qualidade da água, a biodiversidade e os equilíbrios ecológicos.
A agricultura biológica tem como princípios:
- Respeitar os ciclos da natureza;
- Melhorar a saúde das plantas, animais, solos e águas subterrâneas;
- Utilizar recursos renováveis;
- Evitar a utilização de fertilizantes, pesticidas, medicamentos para animais e aditivos alimentares.
Agricultura agroflorestal
A agricultura agroflorestal, também conhecida como Sistemas Agroflorestais (SAFs), é uma forma de uso da terra que combina árvores, culturas agrícolas e, por vezes, animais.
O intuito é imitar a estrutura original das florestas, de modo que as diferentes espécies interajam e se beneficiem mutuamente.
Por meio desse sistema, é possível manter a produção de alimentos e preservar as florestas ao mesmo tempo. Entre seus benefícios temos:
- Proteção do meio ambiente;
- Adaptação climática;
- Melhoria da qualidade do solo;
- Controle da erosão;
- Relação saudável entre o homem e a natureza;
- Redução de pragas, doenças e plantas daninhas.
Agricultura agroecológica
A agricultura agroecológica é baseada em princípios ecológicos e em práticas que buscam o equilíbrio entre a preservação ambiental, o bem-estar social e a produtividade agrícola.
Esse modelo aborda a causa raiz dos problemas de uma forma integrada, por meio de soluções holísticas de longo prazo.
Algumas técnicas agroecológicas são:
- Substituir fertilizantes químicos por adubos orgânicos;
- Resgatar saberes tradicionais, como técnicas de plantio de povos originários;
- Utilizar sistemas agroflorestais e silvipastoris;
- Não usar sementes transgênicas.
Agricultura biodinâmica
A agricultura biodinâmica é um modelo de sistema agrícola alternativo baseado em princípios antroposóficos e holísticos, que busca harmonia com os ciclos naturais.
Na prática, esse tipo de produção se relaciona com as fases da lua e os signos do zodíaco. Logo, ele possui as seguintes características:
- Considera a propriedade rural como um organismo agrícola, com partes inter-relacionadas e processos conectados aos ritmos astronômicos;
- Utiliza preparados biodinâmicos, que são feitos a partir de materiais orgânicos, como plantas, animais e minerais;
- Considera as fases da lua e os signos do zodíaco no calendário agrícola;
- Não utiliza produtos químicos, como herbicidas, adubos químicos, sementes transgênicas, antibióticos ou hormônios.
Agricultura sintrópica
A agricultura sintrópica tem por fundamentação teórica modelos de auto-organização aplicados em agroecossistemas. Portanto, ela é um sistema de cultivo que visa reordenar e restaurar o ambiente natural e a floresta.
Logo, ela se fundamenta em práticas de operações sustentáveis como:
- Uso de fertilizantes orgânicos;
- Perturbação mínima do solo;
- Rega mínima;
- Controle natural de pragas e doenças;
- Rotação e consorciação de culturas;
Vale ressaltar que os princípios da agricultura sintrópica são baseados na dinâmica natural dos ecossistemas, sem interferência humana, minimizando assim, o impacto da atividade agrícola no meio ambiente.
Contudo, esse modelo busca replicar os processos que ocorrem naturalmente e compreender o funcionamento do ecossistema original no local.
Benefícios da agricultura alternativa
A agricultura alternativa oferece vários tipos de benefícios, como:
Sustentabilidade ambiental: ajuda a preservar os recursos naturais, reduzir o impacto ambiental e consumir menos energia.
Alimentos mais saudáveis: favorece a produção de alimentos mais nutritivos, saborosos e de qualidade superior.
Economia e segurança alimentar: cria oportunidades de emprego, abastece mercados locais e valoriza culturas locais.
Proteção da biodiversidade: colabora para a preservação e restauração de habitats naturais, ajudando a proteger espécies ameaçadas.
Uso de recursos naturais com eficiência: usa fertilizantes e adubos naturais e controla pragas e doenças por meio do equilíbrio biológico.
Melhoria da saúde do solo: melhora a qualidade do solo, aumentando os teores de matéria orgânica e microrganismos benéficos.
Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre agricultura regenerativa.