Amostragem de grãos: métodos e seus impactos na safra

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Métodos de amostragem de grãos e seus impactos na safra

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Antes de falar sobre a importância da amostragem de grãos, quero deixar claro o caminho que eles percorrem ao sair da sua propriedade rural. Depois que os grãos são colhidos, eles são encaminhados para as unidades armazenadoras mais próxima da sua fazenda.

E quando chegam lá, as amostras são retiradas ainda dentro da caçamba do caminhão, para orientar a qualidade e o tipo de grão.

Essas análises devem ser realizadas antes do armazenamento nas unidades armazenadoras e também antes da comercialização dos grãos. Vamos saber mais como funciona os métodos de amostragem e como isso impacta a sua comercialização da safra?

Qual o objetivo da amostragem de grãos?

O objetivo da amostragem de grãos é obter uma porção representativa do lote de grãos e dessa forma indicar a sua qualidade. Nesse sentido, a amostra a ser analisada deverá ser homogênea em relação as características totais do lote.

Após conhecer as condições qualitativas dos grãos, escolhe os procedimentos operacionais que devem ocorrer durante a armazenagem nos armazéns.

A quantidade de grãos a ser analisada é pequena em relação ao tamanho total do lote. Contudo, a coleta de amostras é feita no recebimento do produto na unidade armazenadora de grãos e durantes as etapas de pré-processamento.

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Quando os grãos estão na recepção na unidade armazenadora de grãos se realiza a amostragem antes da pesagem da carga que está sendo recebida. Se realiza essa pré-amostragem, para verificar qualidade, determinar o percentual de impurezas e umidade dos grãos.

Resultados

Pelo resultado da pré-amostragem decide-se sobre o destino dos grãos, se há necessidade de limpeza, secagem ou armazenamento imediato ou se deve ser rejeitado. Ainda, antes da descarga dos grãos na unidade armazenadora é realizada outra amostragem.

Na amostragem antes da descarga se determina o teor de umidade, impurezas, a classificação dos grãos e, para os grãos de trigo, determina o peso hectolítrico. E durante a armazenagem se realiza a amostragem para verificar a presença de insetos.

Além de verificar a presença de insetos é observado a ocorrência de roedores, deterioração, teor de umidade e a sua classificação. E na ocasião da comercialização dos grãos se realiza outra amostragem para não ter dúvidas em relação as características dos grãos.

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Tipos de amostragem de grãos

As amostras de grãos feita na unidade armazenadora são divididas em amostra simples, amostra composta, amostra média e amostra de trabalho. Vamos entender cada uma delas.

A amostra simples é uma pequena quantidade dos grãos retirada de diferentes locais do lote, por meio do amostrador.

O segundo tipo de amostra é a composta, que é formada pela mistura de todas as amostras simples. A amostra composta necessita de ser reduzida antes de ser enviada ao laboratório de classificação de grãos.

A amostra média é a recebida pelo laboratório para análise, resultante da mistura e redução da amostra composta.

E, por fim, a amostra de trabalho é obtida da mistura e divisão da amostra média para ser usada nas determinações das análises.

Materiais utilizados para a amostragem de grãos

Vários equipamentos são usados na amostragem de grãos nas diferentes circunstâncias. Sendo eles: caladores simples, sondas manuais, sondas pneumáticas, sondas pneumáticas fixas, sondas torpedos e canecas.

Vamos ver como que funciona cada um desses equipamentos?

Os caladores simples são utilizados para a retirada de amostras em sacos de aniagem, polipropileno ou algodão por meio de furos feitos nos sacos. Os caladores simples são utilizados em sacos que contém grãos como arroz, café, feijão, milho, soja, trigo e sorgo.

Caladores simples

amostragem de grãos - caladores simples
Figura 1. Caladores simples
Fonte: Boletim Técnico CONAB

As sondas manuais são utilizados na amostragem de grãos que não estão em sacos, nos denominados grãos a granel. Ela possui divisões no seu interior, o que permite a retirada de várias amostras de uma só vez e em várias profundidades.

As sondas manuais são formadas por dois cilindros, um deles se encaixa perfeitamente no interior do outro e possui aberturas no sentido longitudinal. Essas aberturas abrem pelo movimento giratório do cilindro interno, e após recolher os grãos gira novamente, para fechar as aberturas.

Sondas manuais

amostragem de grãos - sonda manual
Figura 2. Sonda manual
Fonte: Boletim Técnico CONAB

As sondas pneumáticas portáteis são utilizadas nos silos, elas retiram as amostras por meio da sucção dos grãos.

amostragem de grãos - sonda pneumática
Figura 3. Sonda pneumática portátil
Fonte: Boletim Técnico CONAB

As sondas pneumáticas fixas são utilizadas na amostragem de grãos a granel em caminhões e retira as amostras por meio da sucção dos grãos. A sonda pneumática fixa é equipamento fixado que possui braço articulado com lança de acionamento hidráulico.

A lança do braço articulado da sonda retira as amostras em toda a profundidade da carga. Mas, é importante que as instruções de uso do fabricante sejam seguidas para evitar erros na amostragem.

Figura 4. Sonda pneumática fixa
Fonte: Boletim Técnico CONAB

As sondas torpedo são utilizados para coletar amostras de produtos a granel a grandes profundidades, pois são formadas de varetas que se encaixam. Uma vareta se encaixa na outra por rosqueamento e a vareta terminal é diferenciada das demais.

A vareta terminal é diferente das demais para facilitar a sua introdução no interior da massa de grãos.

amostragem de grãos - sonda torpedo
Figura 5. Sonda torpedo
Fonte: Boletim Técnico CONAB

Os canecos são coletores de amostras de produtos a granel em dutos de descarga que estão em queda livre. São constituídos de bico e cabo.

O bico do caneco é onde se coleta a amostra e o cabo varia de tamanho, a depender da necessidade. Os tipos mais comuns de caneco são o tipo pelicano e o caneco tipo caneca.

amostragem de grãos - canecos coletores
Figura 6. Canecos coletores de amostras
Fonte: Boletim Técnico CONAB

Você sabe como funciona a pré-amostragem?

As amostras na pré-amostragem devem ser colhidas com a utilização de sondas manuais ou pneumáticas e devem ser coletadas de maneira aleatória da carroceria do caminhão. As amostras devem ser coletadas também em diferentes profundidades da carga a ser amostrada.

Ao coletar grãos em diferentes profundidades evita erros de amostragem, pois grãos localizados na parte superior do caminhão sofrem influência dos ventos, chuva ou do sol.

Além disso, durante o transporte, as impurezas mais pesadas se acomodam no fundo da carroceria do caminhão e as mais leves na parte superior.

amostragem de grãos - segregação das impurezas
Figura 7. Segregação das impurezas durante o transporte
Fonte: Boletim Técnico CONAB

Deve ser retirada quantidade mínima de 2 kg por ponto de amostragem e a distância entre os pontos nunca deve ser superior a 2 metros.

amostragem de grãos - esquema de coleta
Figura 8. Esquemas de coleta de amostra
Fonte: Boletim Técnico CONAB

Vamos entender como ela é realizada

Nas operações de recepção de grãos em unidades armazenadoras, a amostragem é realizada antes e durante a descarga dos grãos. As amostras são retiradas da parte superior da carga, com a utilização de sondas manuais ou pneumáticas, e durante a descarga, com canecos.

A amostragem durante a descarga dos grãos, é realizada por meio do uso de canecos, é feita aleatoriamente nos dutos de saída. Os grãos são recolhidos periodicamente até que, aproximadamente, a metade da massa de grãos transportada seja descarregada.

A amostra composta, nesse caso, é formada pelas amostras retiradas da parte superior da carga, com sondas manuais ou pneumáticas mais as amostras retiradas com od canecos durante a descarga.

Análise

Com a análise da amostra composta se determina os dados de umidade e de impurezas relativos a entrada dos grãos na unidade armazenadora. E esse resultado da análise orienta quanto a necessidade ou não de processamento dos grãos. Como a secagem e a limpeza dos graãos.

As amostras dos silos são coletadas com sonda pneumática portátil, sonda torpedo ou sondas manuais. Nessa amostragem, as amostras são analisadas separadamente de acordo com a profundidade coletada.

A amostragem antes da comercialização dos grãos, obedece aos mesmos critérios adotados na recepção. Mas se coletar apenas amostras nos dutos de saída dos silos de comercialização.

Coleta

A coleta de amostras de produtos ensacados na recepção das sacarias é feita para verificar as condições dos grãos e determinar a necessidade de sua passagem por equipamentos de secagem e limpeza. Ou a opção pelo seu armazenamento imediato quando as características de umidade e de impurezas estão adequadas.

As amostras são obtidas por meio de furos das sacas dos grãos com os caladores simples. Ao introduzir o calador simples no sentido de baixo para cima, facilita o deslizamento dos grãos, para serem coletados.

amostragem de grãos - coleta de amostra
Figura 9. Coleta de amostra com calador simples
Fonte: Boletim Técnico CONAB

Na recepção das sacarias de grãos, devem separar as sacas que contém grãos com vestígios de deterioração. Para que eles não contaminem outros sacos.

No decorrer do período de armazenagem, as amostragens são inspecionadas, quando houver indícios de insetos e deterioração dos grãos estocados. Se recomenda retirar amostras em no mínimo 10% do total das sacas, em proporção mínima de 30 gramas por saca.

Qual impacto da amostragem de grãos na comercialização da safra?

No momento da comercialização os grãos podem apresentar até 6% de grãos que apresentam mofo visíveis a olho nu. Para os grãos carbonizados a tolerância é de 1% na comercialização dos grãos.

A tolerância de grãos ardidos mais queimados é de 4%. Essas porcentagens são resultados das amostragens de grãos realizadas pela unidade armazenadora. E se exceder esse quantitativo o grão perde valor comercial.

Os grãos avariados compreendem a soma de defeitos de: ardidos, mofados, fermentados, danificados, imaturos, chochos, germinados e queimados, com tolerância de 8% na comercialização dos grãos.

A soma dos grãos amassados, partidos e quebrados tem a tolerância de 30% na comercialização de grãos. Os grãos esverdeados que apresentam coloração totalmente esverdeada, apresentam tolerância de 8% na comercialização dos grãos.

E tolerância de matérias estranhas, como pedras, partes de insetos e material vegetal é de apenas 1% na comercialização dos grãos. Se exceder esse percentual, os grãos devem passar por operação de limpeza, onde os grãos passam por sucessivas peneiras.

Conclusão

São vários os cuidados que os grãos passam após a saída da sua propriedade. E cada etapa do processo tem importância para garantir melhores preços na venda dos grãos. Porém, a operação de amostragem deve ser realizada da forma mais cuidadosa possível.

Pois com a realização da amostragem da forma correta, se obtém uma amostra representativa do total de grão que, após a análise, indica a qualidade do lote de grãos.

A amostragem errada acarreta em estocagem e conservação inadequada. E isso, prejudica a comercialização, pois os grãos irão se danificar e perderão o valor.

Você sabia que os grãos passavam por todas essas análises? Continue a leitura no artigo “Controle de qualidade de grãos: tipos de danos e medidas de prevenção“.


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