Agrodefensivos: efeitos causados pelo aumento da liberação

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Agrodefensivos: efeitos causados pelo aumento da liberação no Brasil

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Muito se fala sobre o aumento da liberação de agrodefensivos no Brasil, mas você realmente sabe quais impactos ele pode causar?

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, só em 2019, cerca de 474 agrotóxicos (agrodefensivos) foram autorizados no país.

Esse número comprova um ritmo de aprovação cada vez maior e mais rápido. No geral, ele representa um aumento de 322% entre os anos de 2010 e 2019.

E o que dizer sobre isso?

Enquanto alguns ativistas se preocupam com ao preservação do meio ambiente e a saúde da população, o governo e as indústrias afirmam que o sistema se tornou mais eficiente e que as substâncias são seguras, se forem utilizadas corretamente.

Quem tem razão nessa história? Quais impactos esse crescimento pode causar?

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Neste artigo eu vou esclarecer tudo o que precisa saber, para que você possa tirar a sua própria conclusão sobre o assunto.

Combinado?

Fique comigo até o final, garanto que você não vai se arrepender.

Para começar, é preciso que você entenda…

Como e quando surgiu o uso de agrodefensivos?

Não é segredo para ninguém que o uso de agrodefensivos ( agrotóxicos) está associado ao combate de pragas e doenças que atacam as lavouras, porém o que poucas pessoas sabem é que eles surgiram no século XIX.

A princípio, ele foi criado pelo químico austríaco Othmar Zeidler para combater a proliferação de doenças durante a segunda guerra mundial. Nesse sentido, ele protegia os soldados contra a malária e enfermidades causadas por insetos.

Anos mais tarde, o agrodefensivo chegou ao conhecimento de agricultores que começaram a utilizá-lo para eliminar pragas, insetos e ervas daninhas que prejudicavam as suas plantações. Todavia, o seu uso ganhou força mesmo, nos últimos 60 anos.

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Por que eles são tão utilizados no Brasil?

Segundo dados daAnvisa, o Brasil é o país que mais usa agrodefensivos no mundo. Ao total, ele soma uma média de 500 mil toneladas por ano.

Em resumo, o que justifica um número tão alto, são as características de produção agrícolano país. Por ser um país tropical, os fatores climáticos influenciam diretamente no aumento de pragas, visto que, em grande parte do território não há temperaturas baixas.

Além disso, deve ser levado em consideração, a prática na monocultura. Outro fator que também propicia o crescimento de pragas e doenças nas lavouras.

Sendo assim, entre os diversos tipos de agrodefensivos, podemos citar:

Inseticidas: usados nas plantações para controlar pragas e insetos.

Herbicidas: destinado ao combate de plantas danosas para plantações.

Bactericidas: aplicados para eliminar bactérias que prejudicam as plantações.

Fungicidas: combate fungos em locais de plantações.

De que forma os agrodefensivos são aprovados?

Em síntese, para que o agrodefensivo seja aprovado é preciso que ele passe por 3 instâncias:

  • Ibama: associado ao Ministério do Meio Ambiente: analisa os perigos ambientais.
  • Anvisa: ligada ao Ministério da Saúde: decide se o produto prejudica a qualidade dos alimentos.
  • Ministério da Agricultura: faz a avaliação agronômica sobre sua performance no campo.

Entretanto, se qualquer instância vetar, o produto não é liberado.

Mas, por que a aprovação de agrodefensivos está mais rápida?

Aumento da liberação de agrodefensivos no Brasil.

Conforme informações do Ministério da Agricultura, a velocidade a liberação está relacionada às medidas desburocratizantes aplicadas pelos órgãos que avaliam os produtos, em especial a Anvisa.

Assim, para agilizar as avaliações, a Anvisa setorizou os pedidos e transferiu servidores de outras áreas para o setor de agrotóxicos a fim de gerar mais eficiência durante todo o processo.

Vale destacar, que segundo o Ministério da Agricultura, o objetivo é aprovar novas moléculas, menos tóxicas e ambientalmente mais corretas, e substituir os produtos antigos.

Confira as classificações de registros de agrotóxicos referentes aos produtos:

PadrãoTécnico: princípio ativo, não comercializado, presente na formulação de produtos que serão vendidos.

Técnico equivalente: “cópias” de ativos inéditos, elaboradas quando caem as patentes, para formular produtos comerciais. Normalmente as empresas registram o mesmo princípio ativo uma série de vezes a fim de fabricar produtos exclusivos para vários tipos plantações

ModoFormulado: versão final, que chega até o agricultor.

Formulado equivalente: alternativa “genérica” do produto final.

O que diz a legislação?

Em suma, o uso de defensivos agrícolas no Brasil é regulado pela Lei de Agrotóxicos nº 7.802, regulamentada pelo Decreto nº 4.074,2002.

Essa lei apresenta restrições de uso, assim como, determina quais, quanto e por quem ele pode ser feito. Todavia, no início de 2019, ela sofreu alterações por meio de um projeto aprovado pela Câmara, gerando assim, uma maior flexibilização nas regras de produção, comercialização e distribuição de agrotóxicos.

A partir de então, órgãos da saúde e do meio ambiente tem questionado a flexibilidade e a permissividade doGoverno Federal.

Ambientalistas x Indústria

No geral, o aumento da liberação de agrodefensivos é motivo de discussão entre ambientalistas e a indústria.

De um lado os ambientalistas encaram o aumento da liberação de agrotóxicos como sinônimo de risco e contaminação para a população e o meio ambiente, uma vez, que o uso intenso e excessivo pode se tornar comum entre os agricultores já que os preços podem ficar mais baixos.

Do outro, a indústria defende que o aumento da competição entre os produtos deve existir e é benéfica para o mercado. Contudo, não considera que o produtor vai ampliar uso, em função da redução do preço, até porque os agrodefensivos já representam um dos maiores custos gerados para o agricultor.

Diante disso, é possível considerar que o uso de agrotóxicos pode gerar aspectos positivos e negativos como um todo. O que vai determinar é a forma como ele será utilizados.

Sendo assim, listamos as vantagens e desvantagens do uso de agrotóxicos.

Agrotóxicos – vantagens e desvantagens

O uso de agrotóxicos (agrodefensivos) pode gerar vantagens e desvantagens. Veja a seguir, quais são elas:

Vantagens

  • O uso correto, na dosagem recomendada promove o controle de pragas e doenças que atacam as plantações;
  • Controle das pragas gera o aumento da produtividade das lavouras;
  • Melhora o aspecto visual dos produtos cultivados;
  • Os preços dos produtos com uso agrodefensivos são mais baixos.

Desvantagens

  • Se armazenados em ambientes inapropriados pode causar riscos à saúde;
  • Aplicação incorreta e exagerada pode provocar problemas para a saúde;
  • A utilização inadequada pode causar a contaminação do solo, recursos hídricos e da fauna e flora;
  • Doses exageradas pode contaminar alimentos.

Conclusão

Ao considerarmos tudo o que foi dito ao longo desse artigo, é possível pontuar a seguinte conclusão:

  • A aplicação de agrodefensivos é sim, fundamental para o aumento da produtividade de alimentos e conservação das plantações;
  • Seu uso excessivo e inadequado pode gerar impactos negativos tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.

Porém, os questionamentos que ficam são:

Até que ponto a liberação acelerada dessas substâncias é benéfica?

Em que medida a restrição de uso é favorável?

As respostas para essas questões não são simples, principalmente porque envolvem diversos pontos de vista e aspectos que abrangem toda a sociedade.

Espero que este artigo tenha te ajudado a conhecer mais a respeito dos agrodefensivos e a refletir sobre as particularidades que o cercam.


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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