Controle de qualidade de grãos: tipos de danos e medidas de prevenção
O controle de qualidade ajuda a identificar quais grãos estão apropriados para comercialização e consumo. Sendo assim, vários fatores devem ser levados em consideração como teor de umidade, massa específica, presença de insetos e fungos, entre outros.
Para garantir a conservação adequada, é importante investir no armazenamento correto do produto a fim de prevenir a formação de grãos mofados, fermentados, germinados e queimados.
Quer saber mais?
Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
Quais são os tipos de grãos? Como eles são classificados?
No geral, os grãos armazenados são constituídos por grupos diferenciados que recebem o nome de cereais, oleaginosos e leguminosos.
Assim, os variados tipos de grãos contém um comportamento distinto:
Cereais: milho, arroz, trigo, centeio, cevada, aveia e sorgo.
Leguminosas: soja e feijão.
Oleaginosas: mamona, canola e girassol.
O que vai determinar a qualidade dos grãos?
De modo geral, a qualidade dos grãos pode ser determinada por diversos fatores como:
- Teor de umidade;
- Massa específica;
- Percentual de grãos quebrados ou danificados;
- Teor de impurezas e matéria estranha;
- Danos causados pela temperatura de secagem;
- Susceptibilidade à quebra;
- Características de moagem;
- Conteúdo de proteína e óleo;
- Valor para consumo animal;
- Presença de insetos e fungos.
Fatores que devem ser considerados na avaliação
Em resumo, a qualidade dos grãos pode sofrer interferência devido a uma série de fatores. Veja alguns deles:
- Características inerentes à variedade ou a própria espécie;
- Condições edafoclimáticas;
- Técnicas de colheita;
- Transporte;
- Condições de recebimento;
- Colheita e secagem;
- Sistema de armazenagem.
>>> DOWNLOAD GRATUITO: PLANILHA PARA GESTÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS <<<
Quais são as características desejadas nos grãos?
Os atributos que demonstram qualidade dos grãos são:
- Baixa umidade (a fim de permitir o mínimo de atividade de água);
- Menor índice de grãos quebrados ou trincados;
- Baixa susceptibilidade à quebra;
- Massa específica aparente elevada;
- Elevado valor nutritivo;
- Ausência de insetos e microrganismos.
Etapas para realizar o controle de qualidade dos grãos
Para manter a qualidade dos grãos é necessário seguir etapas que vão desde a pré-colheita até a redução do metabolismo dos grãos.
Fonte:Agromove
Manejo Pré-Colheita
Entre uma safra e outra deve ser realizada a limpeza e o preparo da unidade armazenadora. O intuito é eliminar todas as sobras de grãos, detritos e restos de embalagens para receber os grãos posteriormente.
Dessa forma, a limpeza deve ser realizada dentro dos armazéns e silos e nos equipamentos da área externa da unidade. Sendo assim, o recomendado é providenciar a pulverização com inseticidas apropriados a fim de eliminar possíveis insetos e larvas e evitar a infestação no local.
Pré-limpeza e Limpeza dos grãos
Em seguida, é preciso fazer uma avaliação dos grãos para definir se há a necessidade de realizar a pré-limpeza e limpeza dos grãos.
Assim, caso seja determinado a secagem dos grãos, os níveis de matérias estranhas e impurezas devem ser reduzidos a valores inferiores a 4%. Já nos casos de armazenamento, os níveis devem ser minimizados para valores inferiores a 1%.
Contudo, esse procedimento é realizado com auxílio de máquinas de ar e peneiras, que utilizam princípios de vazão de ar e peneiras de diferentes tamanhos.
Vale destacar que esse processo é fundamental, visto que, caso haja matérias estranhas no interior das amostras no momento da secagem, pode ocasionar incêndio, colocando em risco toda unidade de armazenagem.
Secagem
De modo geral, a secagem de grãos é uma operação utilizada com o intuito de reduzir o teor de umidade do produto a nível apropriado para sua estocagem por um período prolongando, conservando o máximo da sua qualidade.
Entretanto, a temperatura máxima na massa de grãos não deve ultrapassar 60º C para a manutenção da qualidade mercadológica. Nos secadores, essa temperatura é atingida por meio de entrada de ar aquecido a mais ou menos 70º C.
Além disso, o teor de umidade de 13% é considerado ideal para o armazenamento e conservação dos grãos.
Vale destacar que a operação de secagem pode ser realizada por meio de dois métodos: método natural e o método artificial.
Método natural: a umidade dos grãos é removida pela exposição dos mesmos sob o efeito do sol e do vento.
Método artificial: são utilizados secadores que aumentam a temperatura e fluxo de ar no ambiente.
Por outro lado, a secagem artificial pode ser classificada em 3 tipos de métodos:
Estacionário: força o ar aquecido por meio de uma massa de grãos.
Fluxo contínuo: grãos depositados entram úmidos no topo e saem secos na base do equipamento secador.
Intermitente: massa de grãos é submetida à ação do ar aquecido em espaços de tempo para melhor homogeneização da umidade e resfriamento dos grãos.
Secador de fluxo contínuo.
Fonte:Agrolink
Carregamento de silos e armazéns
Esse processo é essencial, pois contribui para a uniformidade da massa de grãos e previne o acúmulo de matérias estranhas, impurezas e grãos quebrados no interior do silo, que podem dificultar a aeração.
Para isso, é necessário realizar as seguintes etapas:
- Carregar o silo até 1/3 de sua capacidade;
- Remover os grãos da parte central;
- Carregar novamente até 2/3 da sua capacidade;
- Remover mais uma vez os grãos da parte central;
- Carregar totalmente o silo e remover os grãos na parte central;
- Realizar o carregamento total do silo, considerando a distância de 1,2 a 1,5 metros entre a massa de grãos e a cobertura do silo.
Redução do metabolismo dos grãos
Em virtude do processo respiratório, o metabolismo dos grãos em conjunto com o ataque de micro-organismos e insetos podem provocar modificações na matéria-prima como: surgimento de manchas, descoloração, alteração no odor, aquecimento e compactação da massa de grãos, produção de toxinas, diminuição do poder germinativo e vigor de sementes, mudanças na composição química e nutricional dos grãos e consumo de matéria seca.
Contudo, o processo de resfriamento da massa de grão no decorrer do período de armazenagem vai ajudar a diminuir a atividade da água, reduzir a taxa respiratória dos grãos, retardar o desenvolvimento dos insetos-praga e da microflora presente.
Lembrando que a presença de umidade acima de 14,5% pode originar o desenvolvimento de mofo, se a temperatura de grãos exceder a faixa entre 22-24º C por um longo período de tempo.
Qual a importância do armazenamento correto no controle de qualidade dos grãos?
O intuito do armazenamento é manter as características dos grãos após a colheita e secagem por um período prolongado de tempo.
Para isso, é necessário investir em métodos de conservação e prevenção de danos, uma vez que, a armazenagem inadequada pode provocar a formação de grãos mofados, fermentados, germinados e queimados.
Além disso, pode causar riscos para o consumo humano e animal, devido a produção micotoxinas que atrapalham o processo industrial, reduz a qualidade da matéria-prima e apresenta menor rendimento.
Pensando nisso, alguns fatores devem ser evitados como: temperatura inapropriada, umidade dos grãos, umidade relativa do ar, atmosfera de armazenamento, teor de impurezas, teor de grãos quebrados, presença de micro-organismos, insetos e ácaros.
Sendo assim, o armazenamento correto é essencial para o controle de qualidade dos grãos.
Cuidados para uma armazenagem correta
1– Limpeza periódica geral dos silos e equipamentos.
2– Pré-limpeza e classificação do grão.
3– Umidade deve estar entre 12 e 13%.
4– Descarregamento do produto somente após a avaliação e autorização do laboratório de controle de qualidade.
5– Monitoramento contínuo do carregamento dos silos e inspeção durante o período de armazenamento.
6– Verificação periódica da temperatura e massa degrãos.
7– Acompanhamento da umidade ao longo do período de armazenamento, visto que correções das matrizes de composição nutricional devem ser revisadas.
8– Verificação das condições climáticas externas dos silos.
9– Definição sobre a necessidade de realização da aeração dos grãos.
10– Acompanhamento de um técnico em armazenagem de grãos.
Como você pôde ver, o controle de qualidade é uma forma de garantir a comercialização e consumo seguro de grãos.
Contudo, o armazenamento adequado contribui para a conservação dos grãos e prevenção de danos provenientes de micro-organismos, insetos, entre outros.
Gostou? Quer saber como melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas? Leia nosso artigo “Interpretação e Análise do Solo: entenda para que serve”.