Coronavírus no agronegócio: saiba quais serão os impactos para o produtor rural
Coronavírus no agronegócio: saiba como o mercado se comporta diante da pandemia e as expectativas para o setor.
Diante do cenário de crise em que o mundo está vivendo, é normal surgirem dúvidas a respeito de diversos setores da economia.
No caso do agronegócio, as expectativas são positivas, afinal, é ele que abastece o mundo de alimentos.
Em entrevista com José Luís Bassani, economista e especialista em Agronegócio, o MyFarm abordou as principais dúvidas do produtor rural referentes aos impactos do coronavírus no agronegócio.
Então, se você deseja saber sobre finanças, mercado, exportações, financiamentos, continue a leitura, combinado?
Coronavírus no Brasil
Como essa pandemia vai impactar o Agronegócio, que hoje é uma das frentes mais importantes da economia do nosso país?
José Luís Bassani – Olhando para o mercado do agro parece até um pouco contraditório. Falando do mercado de grãos, as exportações para a China cresceram, isso já foi até levantado no último mês pela Conab. O mês de março, foi o mês, em que o Brasil mais exportou soja para a China, mais de 11 milhões de toneladas.
Nesse momento, o preço alto dos grãos está favorecendo o produtor juntamente com o câmbio alto. No entanto, a minha preocupação principal é que a renda mundial vai cair. E acredito que o agronegócio vai sofrer sim.
Mas fica a pergunta, todo mundo precisa comer, certo? Com certeza, mas haverá uma mudança, principalmente naqueles produtos com maior valor agregado. Acredito que as pessoas vão mudar os hábitos de consumo e dar prioridade para produtos mais básicos, menos elaborados da cadeia do agro.
Como fica o mercado de commodities?
José Luís Bassani – No momento vai bem. China importando muito, pelo menos no mês de março foi o maior mês de remessas para os chineses, aproximadamente de 11,5 milhões de toneladas que saíram do Brasil.
O câmbio está ajudando e muito na sustentação de preços. Mas a pergunta que fica: será que a China está comprando tanto para formar estoques ou por que está consumindo? E depois, com os impactos da economia global, o consumo vai diminuir?
Hábitos estão sendo revistos com o isolamento social. Mas os restaurantes e lanchonetes vão comprar menos alimentos, o que vai impactar e muito na cadeia do agro como um todo. E o risco de uma queda nos preços daqui a alguns meses pode acontecer.
Vão faltar recursos ao produtor para financiamento?
José Luís Bassani – Nos bancos já não tem recursos controlados e para o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) à vontade como tinha no passado. No começo de cada mês abre algumas linhas e depois já encerram os recursos. Acredito que já faz parte da estratégia do governo em intervir menos no crédito rural, abrindo mais o mercado para outros players.
Como garantir o caixa para as próximas safras?
José Luís Bassani – Os preços da soja e do milho nunca estiveram tão bons como estão agora. Aproveitem para realizar venda e fazer caixa, pois não sabemos o que virá pela frente.
Negociar insumos com descontos à vista podem ser uma boa alternativa. Mas não abra mão de ter uma sobra guardada. Pode ser aplicado, mas em produtos de baixíssimo risco e com disponibilidade imediata quando precisar. Não cometam excessos, revisem a necessidade de se fazer grandes investimentos na propriedade.
O principal motivo das propriedades entrarem em dificuldades financeiras até quebrar é a falta de dinheiro em caixa. Não sabemos o que virá pela frente, portanto, ter dinheiro sobrando para suportar esse período é fundamental, porque as contas estão aí, e nem todos os fornecedores vão adiar os vencimentos, pois eles também contam com os recursos para honrarem seus compromissos.
Quais são as recomendações para um cenário de incertezas?
José Luís Bassani – É hora de olhar com um pouco mais de atenção para dentro da porteira. É importante acompanhar o mercado sim, mas o produtor não tem domínio sobre o mercado, sendo um mero tomador de preços.
Mas sob a gestão dentro da sua propriedade ele tem poder sim. De que forma? Através dos custos da operação das suas atividades no campo.
Olhar no detalhe custos de produção, custo com peças, combustível, custos financeiros, com a manutenção familiar, entre outros. Revisando as despesas e os custos, com certeza terão muitas surpresas, de perceber que o dinheiro está escorregando em suas mãos sem perceber.
Coronavírus no agronegócio e a tecnologia
Segundo José Luís, os sistemas de gestão agrícolas exercem um papel fundamental para o produtor, especialmente em um momento no qual ele deve priorizar a organização de suas finanças.
Assim, pensar que é possível memorizar todos os gastos na cabeça, além de ser um engano, pode colocar a gestão da fazenda em riscos.
Depois de 18 anos trabalhando em instituições financeiras, o economista lidou de perto com as dificuldades e preocupações do produtor rural.
Portanto, hoje vê nos softwares de gestão rural, como o MyFarm, uma alternativa importante na administração da fazenda, já que ele permite mensurar a apuração de receitas, custos,estoques, notas fiscais, índices de produtividade e etc.
O economista ressalta que os dados inseridos no sistema geram informações preciosas para as tomadas de decisões do produtor rural. Assim, as chances de erros diminuem, dando mais segurança e equilíbrio para o negócio.
Dica Final
Diante do cenário de incertezas, José Luís, enfatiza que é importante ter equilíbrio emocional e acrescenta que o uso da tecnologia pode auxiliar o produtor na tomada de decisões seguras.
Além disso, destaca que o consultor de planejamento financeiro exerce um papel fundamental para ajudar agricultores, visto que, conhece suas preocupações e dificuldades. Sendo assim, o profissional pode contribuir mostrando outros pontos de vista, bem como, apresentar novas possibilidades de solucionar problemas.
Enfim, uma certeza nós temos, o coronavírus no Brasil não vai fazer o mercado do agronegócio parar! Por isso, é preciso se preparar e se manter atualizado sobre as mudanças que acontecerão nos próximos meses.
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Leia também no artigo sobre sistema de gestão agrícola. Até a próxima!