Depreciação: entenda o que é e como impacta o agronegócio
A depreciação corresponde a desvalorização de um bem ao longo do tempo. Essa perda de valor pode ser decorrente do uso, desgaste natural ou obsolescência tecnológica.
No agronegócio, ela se aplica a todos os ativos imobilizados utilizados na produção como máquinas, equipamentos, instalações e outros.
Então se você tem dúvidas sobre o assunto, continue a leitura!
O que é depreciação no agronegócio?
A depreciação consiste na diminuição do valor de um bem ao longo do tempo. Na agricultura, ela está associada a redução de valor das plantações devido ao desgaste e outros fatores que afetam a produtividade.
Nesse caso, a desvalorização se aplica a todos os ativos imobilizados utilizados na produção como:
- Máquinas;
- Equipamentos;
- Implementos;
- Benfeitorias;
- Instalações;
- Lavouras;
- Animais de trabalho;
- Embalagens.
Esses itens são considerados patrimônio da fazenda e podem perder o valor com o passar do tempo.
Tipos de depreciação
Antes de calcular a depreciação, é importante saber qual é o tipo de depreciação que o ativo sofre. Veja as classificações a seguir:
Linear
A depreciação linear considera a desvalorização aos poucos, conforme o tempo de uso. Sendo assim, é o método mais usado na realização do cálculo, pois é a mais fácil e a que representa melhor a perda de valor real.
Entenda como é feito o cálculo:
Nesse método a taxa de depreciação é 100% dividida pelo tempo de vida útil do ativo. Isso significa que se um ativo tem vida útil de 10 anos, sua taxa de depreciação é de 10% ao ano.
Portanto, é possível calcular a depreciação anual de um ativo, que será descontado na dedução fiscal.
Depreciação anual: Custo de aquisição – Valor residual/ Vida útil
Nesse sentido, a depreciação do ativo é alocada como um custo, assim, desconta-se o valor do lucro total do ano fiscal, pois não entram como lucro e sim como custo, ou seja, “perda” de dinheiro.
Vale ressaltar que a linear nem sempre é a opção mais indicada. Por isso, o recomendado é buscar a ajuda de um contador especializado em seu negócio.
Acelerada
A depreciação acelerada é utilizada em empresas que possuem um alto uso de maquinário, principalmente em indústrias que produzem de 16 a 24 horas por dia (dois a três turnos).
Como o uso é mais intenso e o seu desgaste é maior, o cálculo é feito de forma diferente. Afinal, sua desvalorização também é maior.
Acumulada
Na acumulada, são somados todos os ativos da empresa. Sendo assim, o cálculo considera as taxas de todo o maquinário. Esse valor entra no balanço financeiro para dedução fiscal.
Gerencial
Neste tipo de depreciação, aplica-se o cálculo de uso interno e não para dedução de impostos. Assim, ela é utilizada quando um ativo já passou do seu tempo de vida útil ou se tornou obsoleto no mercado.
Na prática, o proprietário consegue calcular as possibilidades de venda desse ativo, pois mesmo sendo considerado defasado, ele continua gerando valor.
Em outras palavras, é possível continuar calculando seu valor conforme o nível de desgaste, ainda que essa taxa já tenha ultrapassado o esperado.
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Como é feito o cálculo de depreciação da lavoura?
A princípio, o cálculo de depreciação é realizado com o intuito de determinar o quanto algo está valendo com o passar do tempo. Isso porque seu valor monetário sofre diminuição com o desgaste ou surgimento de novos bens.
Na depreciação da lavoura calculam-se os custos totais gastos para a formação da lavoura e o tempo de vida útil médio da produção.
Portanto, no cálculo, considera-se:
- Os gastos com mudas ou sementes;
- Atividades de plantio e replantio;
- Insumos;
- Operações mecanizadas e manuais.
O cálculo de depreciação da cultura é diluído pelos anos de vida útil a partir da primeira colheita. Logo, se uma cultura produzir, somente em dois anos, o valor gasto nesse período é somado e distribuído ao longo dos anos de produção da propriedade.
Para isso, é necessário:
Determinar o valor inicial da lavoura: envolve a avaliação do valor total dos ativos agrícolas, incluindo terras, maquinário, insumos e mão de obra, no início do ciclo de produção.
Estimar a vida útil da lavoura: com base na cultura cultivada e nas condições de cultivo, estima-se a vida útil esperada da lavoura antes que aconteça uma depreciação significativa.
Calcular a depreciação anual: divide-se o valor inicial da lavoura pela vida útil estimada para determinar a depreciação anual média.
Ajustar a depreciação para fatores específicos: é necessário considerar fatores específicos que possam afetar a lavoura como condições climáticas adversas, investimentos em melhorias de infraestrutura ou mudanças nos preços de mercado das colheitas.
Como encontrar as taxas anuais de depreciação de lavouras?
Em geral, os valores atualizados de depreciação esperada para cada item da propriedade rural podem ser encontrados nos seguintes locais:
Tabela de Depreciação da Receita Federal: apresenta os valores das taxas anuais de depreciação de cada bem da propriedade rural, assim como, sua vida útil ao longo do tempo.
Tabela disponibilizada pela Conab: por meio dela é possível calcular a depreciação de máquinas, considerando a vida útil em horas e o valor residual de cada uma delas conforme o tipo de operação desenvolvida.
Qual a importância de fazer o cálculo de depreciação?
Ao realizar o cálculo de depreciação nas propriedades rurais é possível registrar o desgaste efetivo dos bens e ter uma visão clara sobre as despesas associadas à produção de determinada cultura e como elas afetam o lucro final.
Além disso, ao calcular a depreciação dos ativos, o produtor consegue entender os custos e despesas e saber ao certo quanto cada ativo tangível desvalorizou. Isso faz com que o cálculo de lucro final fique de acordo com a realidade.
Contudo, quando o agricultor entende sobre a depreciação dos bens, ele consegue realizar um planejamento rural que minimize os efeitos da perda de valor do seu patrimônio.
Dicas práticas de como gerenciar a depreciação na lavoura
Para conseguir gerenciar a depreciação da sua propriedade e realizar um cálculo correto é necessário adotar algumas práticas importantes. Veja quais são elas:
Avalie o tempo útil dos seus ativos
Como cada bem da lavoura possui um tempo de vida estimado, é possível pesquisar e consultar especialistas para determinar a duração média dos equipamentos, máquinas e demais itens. Essa prática ajudará a estabelecer uma boa base de cálculo da depreciação.
Registre e acompanhe
Outro ponto importante, que deve ser lembrado, é o registro de todos os ativos da lavoura e acompanhamento da depreciação ao longo do tempo. Assim, é possível saber quando é necessário substituir ou reparar um determinado bem.
Considere a desatualização tecnológica
Sabemos que a tecnologia avança de forma rápida. Isso faz com que as máquinas e equipamentos fiquem ultrapassados em um curto espaço de tempo. Por isso, é importante considerar esse fator ao calcular a depreciação.
Afinal, pode ser necessário substituir ativos antes do previsto, devido às inovações tecnológicas.
Faça manutenções periódicas
Ao realizar a manutenção adequada dos seus ativos é possível prolongar a vida útil dos equipamentos, reduzindo assim, a necessidade de substituição precoce.
Para isso, estabeleça um cronograma de manutenção regular e sempre siga as recomendações dos fabricantes. Assim, você garante o bom funcionamento de máquinas, equipamentos e implementos.
Faça projeções financeiras realistas
Para fazer projeções financeiras realistas, considere outros custos operacionais como insumos, mão de obra, impostos e despesas gerais. Assim, você terá uma visão abrangente do seu fluxo de caixa, o que contribuirá para tomadas de decisões seguras.
Busque ajuda com profissionais especializados
Se você não tem experiência com cálculos de depreciação, o recomendado é buscar ajuda com quem domina o assunto. Nesse caso, pode ser um contador ou consultor financeiro especializado em agronegócio.
Esses profissionais poderão orientá-lo e assim será possível realizar cálculos corretamente e tornar as decisões financeiras mais adequadas para o seu negócio.
Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre gestão financeira no agronegócio.