ferrugem asiática da soja

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Ferrugem asiática da soja: saiba como combater essa doença

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Os cuidados durante o desenvolvimento de qualquer cultura, são inúmeros, especialmente de pragas e doenças.

Diversas doenças atingem a cultura da soja, causando danos e consequentemente afetando a produtividade.

A ferrugem asiática é uma das principais doenças da cultura da soja, tendo que adotar medidas preventivas para seu controle.

Saber as causas desta doença, o que pode favorecer seu aparecimento e crescimento, fazem toda a diferença no manejo.

Pensando nisso, separamos algumas informações a respeito da ferrugem asiática da soja que podem te ajudar no combate dessa doença, venha conferir!

Qual a importância da ferrugem asiática para a soja?

As doenças causam sérios danos, principalmente foliares nas culturas, e sem as folhas as plantas reduzem sua produção devido à falta de fotoassimilados.

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Dentre as principais doenças na cultura da soja, o destaque é para a ferrugem asiática.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA, cerca de 96% dos fungicidas utilizados na soja são para o controle desta doença.

O agente causal é o fungo Phakopsora pachyrhizi, este patógeno teve sua constatação nas lavouras brasileiras na safra de 2000/01.

No primeiro ano de ocorrência no Brasil as perdas atingiram US$ 125 milhões, tanto devido a produtos, quanto a perda de produção.

Na safra 2001/02, 60% das áreas de produção desta oleaginosa já foram contaminadas com esta doença.

Devido sua rápida expansão nas áreas mundiais de produção de soja, aos elevados prejuízos e difícil combate a este fungo, está se tornou a principal doença dos produtores de soja.

Suas perdas podem ser de 10% a 90% nas diversas regiões produtoras, o que interfere neste valor é o conhecimento da doença.

Lavoura de soja com a presença de ferrugem asiática.
Fonte: Agrolink

Condições ideais de ocorrência desta doença

Um importante método de prevenção desta doença é saber quais são as condições adequadas para seu desenvolvimento.

O fungo P. pachyrhizi necessita de alta umidade para infectar a planta, assim deve haver água nas folhas por no mínimo 6 horas e as temperaturas entre 15°C a 25°C favorecem o desenvolvimento da doença.

Sua infecção ocorre em qualquer momento na cultura da soja, mas ocorre principalmente com fechamento da lavoura, quando as plantas estão maiores.

Isto é devido às condições de alta umidade, temperaturas ideais e proteção para os esporos do fungo contra os raios solares, criando um microclima favorável nas áreas de produção.

Com estas condições ocorre a infecção, colonização e reprodução do patógeno, que havendo hospedeiro irá reiniciar o ciclo de vida.

Ciclo da ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi).
Fonte: Esalq

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Desse modo, a atenção deve estar no triângulo da doença, onde a interação dos três fatores é necessária para a ocorrência da doença.

Ou seja, a planta, o ambiente e o patógeno devem estar em condições adequadas para ocorrência da doença.

Triângulo das doenças.
Fonte: CCAS e Esalq

A severidade da doença está ligada a estes três fatores. Caso os três estejam adequados a severidade será alta, caso algum destes fatores não for apropriado a doença pode não se expressar ou ter baixa severidade.

Sintomas da ferrugem asiáticas nas plantas

Conhecer os sintomas da ferrugem asiática da soja no início da doença é fundamental para seu combate.

Quanto mais tardio for o reconhecimento e controle deste patógeno maiores serão os prejuízos ocorridos.

Os sintomas iniciais causados pelo fungo P. pachyrhizi são a presença de pequenas lesões de cor esverdeada a cinza esverdeada, na face inferior das folhas.

Estas lesões são as estruturas de reprodução do fungo denominadas de urédias.

As urédias vão se desenvolvendo e mudando a coloração para castanha a marrom-escura, podendo atingir ramos, caule e pecíolos das plantas.

Dentro das estruturas reprodutivas do fungo são produzidos os uredósporos, que são liberados e disseminados pelo vento infectando novas plantas.

Folhas de soja com sintomas de ferrugem asiática.
Fonte: Esalq

Os sintomas da ferrugem podem ser confundidos inicialmente com doenças como a mancha parda, o míldio e a bacteriose.

A distinção entre estas doenças e a ferrugem asiática é pela observação das urédias, que podem ser observadas com ajuda de lupa.

Saber distinguir corretamente esta doença das demais é de grande importância, visto que este patógeno, em condições adequadas, apresenta alta severidade.

Com o avanço da doença, aumenta a quantidade de estruturas de reprodução, a folha fica amarelada, passando a manchas necróticas até ocorrer queda da folha.

A- Lavoura de soja sem a ocorrência de ferrugem asiática e B- lavoura com a ocorrência da ferrugem asiática.
Fonte: Adaptado de Ouro Fino

Medidas preventivas e de controle desta doença

A doença pode ocorrer em qualquer momento do ciclo da cultura da soja, desse modo o monitoramento deve ser constante.

Os sintomas normalmente ocorrem no início dos estágios reprodutivos, ou seja, no começo da floração das plantas.

O monitoramento, entretanto, deve ocorrer antes do fechamento da entrelinha da soja, sendo acompanhado constantemente.

Como citado, com fechamento da entrelinha há formação do microclima das folhas do baixeiro, o que pode causar prejuízos caso o controle não seja realizado.

Alguns produtores, que já tem histórico de perdas de produção pela ferrugem, com clima favorável, e a cultivar utilizada não é resistente, é recomendado fazer o controle preventivo, aplicando fungicida antes do fechamento da entrelinha.

Evolução dos sintomas da ferrugem asiática nas folhas durante o ciclo da cultura de soja.
Fonte: Bayer

Além do monitoramento, há medidas obrigatórias a serem adotadas, como o vazio sanitário da soja.

Devido a severidade desta doença para cultura da soja, que é uma das principais culturas brasileiras, foi criado o vazio sanitário.

Este período é variável em cada Estado brasileiro, e tem por objetivo reduzir o inóculo do fungo durante a entressafra, atrasando sua ocorrência na safra.

Durante os dias do vazio sanitário, as área agrícolas não podem ter a presença de plantas de soja, mesmo que voluntárias, recebendo multa o produtor que tiver.

Período do vazio sanitário, discriminado por Estados.
Fonte: Embrapa

Além da soja, outras plantas foram identificadas como hospedeiras do fungo da ferrugem asiática, como a soja perene e feijão caupi.

Plantas daninhas como a corda de viola e o leiteiro, também são hospedeiras.

Assim, você deve adotar medidas preventivas como:

  • Utilização de cultivares mais tolerantes ou resistentes ao fungo;
  • Monitoramento constante;
  • Fazer vazio sanitário;
  • Semear a soja na época adequada para sua região;
  • Controlar a soja voluntária o quanto antes, assim como as plantas hospedeiras do fungo.

Se já houve a constatação da presença da doença na área, é necessário adotar medidas de controle, como:

  • Utilizar produtos químicos recomendados;
  • Respeitar a dosagem e época de aplicação dos produtos;
  • Rotacionar os fungicidas, utilizando mecanismos de ação diferentes.

Conclusão

Como você pode ver, a ferrugem asiática da soja tem grande importância na agricultura mundial.

Sua ocorrência acarreta sérios prejuízos na produção, afetando os produtores, consumidores e economia de um país.

Saber os fatores ideais de desenvolvimento do fungo, é um importante aliado para o combate a esta doença.

O planejamento é fundamental para evitar que a ferrugem interfira na sua produção.

Faça os cuidados preventivos corretamente! Sem esquecer do monitoramento constante da área!

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Até mais!


Publicado por:
Engenheira Agrônoma pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP),mestre em Sistemas de Produção pela pela mesma instituição. Doutora em Fitotecnia pela Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).
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