No dia a dia de todo negócio rural existe a necessidade de lidar com custos e despesas.
Mas você sabe realmente como gerenciar tudo isso?
Pois bem, investir na gestão de custos, certamente, será um passo importante para que você consiga aumentar a rentabilidade e a produtividade da sua fazenda.
Para te ajudar, selecionamos as principais informações sobre o assunto.
Então, se você ficou interessado, vem comigo!
Para começar, entenda…
O que é custo?
O custo pode ser definido como a remuneração de recursos financeiros, humanos e materiais aplicados na produção.
De modo geral, é o valor expresso de atividades, serviços e insumos consumidos na realização de um bem ou serviço. Logo, ele pode ser definido por meio da somatória das remunerações dos funcionários, impostos e fornecedores.
No cotidiano da fazenda, podemos citar como exemplo os custos da compra de um adubo para plantio ou pagamento da mão de obra.
Tipos de Custos
Na prática, os custos podem ser classificados em custos fixos e custos variáveis. Veja a seguir:
Custos Fixos
Os custos fixos são aqueles que existem independente de produção ou venda. Sendo assim, não sofrem variações conforme a quantidade produzida ou vendida.
Dessa forma, a identificação desses custos pode feita por meio da relação de gastos fixos. Como exemplo, temos: mão de obra permanente, manutenção de bens, Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e etc.
Uma recomendação importante, para evitar erros, é ratear, ou seja, dividir os custos fixos de cada atividade, de acordo com o uso dos recursos para produção.
Principais custos fixos: depreciação, arrendamento, seguro sobre o capital fixo, mão-de-obra permanente, taxas e impostos fixos.
Os custos variáveis são aqueles que decorrem da produção e da venda. Desse modo, basta lembrar que eles acompanham o crescimento da produção e das vendas. O motivo é simples, quanto mais se produz, maior é a quantidade de insumos necessários para o produção.
Para calcular esses custos é necessário:
1. Listar todos os insumos necessários para produzir e os serviços com a comercialização dos produtos;
2. Computar a quantidade de cada insumo ou serviço de acordo com o que se pretende produzir e vender;
3. Atribuir um valor mais próximo da realidade para as despesas que especificar.
Principais custos variáveis: reparo de máquinas e equipamentos, combustível, implementos e utensílios, mão de obra temporária, insumos, transporte externo, armazenagem.
Custo Total
O custo total consiste na soma do custo fixo e do custo variável.
Embora pareçam ser a mesma coisa, custos e despesas são diferentes. Veja!
Custo: soma dos gastos necessários para produzir.
Despesas: gastos necessários para a obtenção de receita. Sendo assim, está relacionada aos gastos com despesas gerais e administrativas como: aluguel, telefone, água, luz e etc.
Como fazer a gestão de custos da fazenda?
Antes de iniciar a gestão de custo da sua fazenda, é importante se atentar para os objetivos que estão por trás dessa operação:
1. Fornecer informações sobre a rentabilidade e o desempenho de diversas atividades agrícolas;
2. Auxiliar no planejamento, controle e desenvolvimento das operações;
3. Fornecer dados para tomada de decisões.
Agora vamos lá!
Definição da atividade
Para começar, é necessário responder a três questionamentos básicos: “O que produzir?”, “Como produzir?” e “Quanto produzir?”. O intuito é garantir mais eficiência econômica para obter lucros maiores.
Nessa etapa, serão determinadas as atividades empregadas, métodos praticados, quantidade de insumos, maquinário, mão de obra, entre outros. Além disso, também pode ser analisado até quanto pode-se utilizar determinado componente da produção para alcançar maior produtividade.
Elaboração da planilha de custos
A elaboração da planilha de custos vai ser definida conforme a realidade de cada negócio. Vamos usar o exemplo da cultura de feijão (BRS Estilo). Sendo assim, foram estabelecidos critérios conforme as fases de implantação e manejo da safra.
Para isso, utilizamos as fases do pré-plantio, plantio, tratos culturais, colheita, pós-colheita e custos financeiros adicionais.
No mais, o custo médio, por hectare, foi de R$ 4.562,14, equivalente a 44,60 sc. de 60 kg.
Já os valores dos componentes da produção e equivalência do produto, em saca de 60 kg, estão apresentados na Tabela 1.
Pré-plantio (Calagem, Terraceamento, Dessecação)
Conforme verifica-se na Tabela 1, o custeio do pré-plantio, que compreendeu a aplicação de calcário, terraceamento para conservação do solo, dessecação para limpeza da área, valor de mão de obra e operações com máquinas, totalizou em R$403,84, por hectare, o que representa 8,86% do custo total do sistema de produção e valor equivalente a 3,95 sc. de 60 kg.
Plantio
No geral, para a realizar o plantio foram gastos R$1.036,31, por hectare, valor equivalente a 10,13 sc. de 60 kg, representando 22,72% do custo total de produção do sistema. Sendo que, o plantio compreende o tratamento de sementes, adubação com NPK, operações com máquinas, mão de obra e sementes.
Tratos Culturais
Nos tratos culturais ou na condução da lavoura, que são as atividades para controle de formigas, plantas daninhas, pragas e doenças, adubação de cobertura, irrigação, mão de obra e operações com máquinas, foram gastos R$ 1.639,49, por hectare, do total do custo de produção do sistema. Este valor representa 35,94% do valor total, ou seja, é equivalente a 15,35 sc. de 60 kg.
Colheita
A colheita foi mecanizada, totalizando juntamente com a mão de obra e a quantidade de sacaria, R$ 980,17 por hectare. Este custo representa 21,48% do custo total de produção do sistema ou valor equivalente a 9,58 sc. de 60 kg.
Pós-colheita
Para a pós-colheita, que compreende o transporte da produção da propriedade ao armazém e o armazenamento dos grãos, foram gastos R$ 250,97/ha, ou seja, 2,45 sc. de 60 kg ou 5,50% do custo total do sistema de produção.
Custos Financeiros Adicionais
Os custos adicionais financeiros totalizaram R$ 251,38/ha. Nestes custos estão incluídos Proagro, assistência técnica, juros e INSS, representando 5,51% ou valor equivalente a 2,46 sc. de 60 kg, do custo total.
Para facilitar…
Registre as movimentações do dia a dia
Todos os gastos com itens necessários para a produção e manutenção da infraestrutura da fazenda devem ser registrados com informações como data, fornecedor, produtos adquiridos com valores e suas respectivas quantidades.
Relacione as atividades realizadas nas culturas
Assim como as movimentações diárias, as atividades de manejo realizadas na cultura também devem ser registradas com a data, tipo de atividade, extensão da área, insumos (quantidade aplicada), máquinas e implemento usados na operação.
Gerencie os custos das máquinas
Máquinas são essenciais para a fazenda, porém geram custos com manutenção e combustível. Sendo assim, é de extrema importância acompanhar as manutenções realizadas, o combustível consumido e as horas trabalhadas.
Só assim, você poderá detectar as máquinas com custos acima do esperado, bem como, a má utilização de peças.
Administre o estoque da fazenda
Monitorar o estoque e registrar todas as entradas e saídas é essencial para gestão de custo, visto que facilita a detecção de desperdícios e eventuais desvios dos itens estocados.
Utilize um software de gestão
Automatizar o processo de gestão de custos pode ser uma excelente alternativa para o produtor que deseja agilizar a rotina e evitar possíveis erros. Afinal, quando se trata de finança todo cuidado é bem-vindo.
Em resumo, a gestão de custo está relacionada ao gerenciamento eficaz dos gastos que envolvem a fazenda. Por sua vez, permite a identificação de oportunidades de investimento e auxilia na tomada de decisões estratégicas.
Confira os seus benefícios:
Auxilia a administração na organização e controle da unidade de produção: revela ao administrador as atividades de menor custo, as mais lucrativas, as operações de maior e menor custo e as vantagens de substituir umas pelas outras.
Valorização do estoque: permite a correta apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação.
Oferece bases consistentes e confiáveis: possibilita a projeção dos resultados e auxilia no processo de planejamento rural, especialmente quando o administrador precisa decidir o que plantar, quando plantar e como plantar.
Orienta órgãos públicos e privados na fixação de medidas: contribui para obtenção de preços mínimos, incentivo à produção de determinado produto em escala desejada, estabelecimento de limites de créditos etc.
Por que é importante fazer a gestão de custos?
A gestão de custos faz parte do plano estratégico de toda propriedade rural. Afinal, a sua utilização é determinante para o aumento da rentabilidade e produtividade.
Isso significa que ao aderir a gestão de custos, você passa a conhecer o seu negócio profundamente, o que possibilita uma administração mais eficiente.
Assim, com a aplicação dessas medidas, você consegue ter uma visão mais clara sobre a gestão financeira da fazenda. Ou seja, é possível ter uma previsão do fechamento financeiro, bem como, criar ações para incentivar o aumento das vendas.
No geral, ela tem a finalidade de controlar as atividades desenvolvidas no campo, por meio do planejamento prévio da cultura. Dessa forma, é possível analisar, mensurar e controlar as variações que ocorrem na propriedade.
Contudo, ela é uma excelente ferramenta para conservar o equilíbrio financeiro e diminuir os gastos desnecessários.
Conclusão
A gestão de custos é um elemento essencial tanto para os bons resultados relacionados a produção agrícola como para a administração financeira da propriedade rural.
Como você pôde ver, ela é capaz de contribuir para o desenvolvimento da fazenda como um todo, sobretudo, porque oferece uma visão ampla sobre o negócio.
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