Inoculação: o que é e para que serve

No processo de inoculação, o produtor rural utiliza microrganismos benéficos para melhorar o desenvolvimento das culturas e aumentar produtividade vegetal.

Neste artigo vamos explicar como funciona esse processo e de que forma ele pode beneficiar os resultados da sua lavoura.

Ficou interessado?

Então, confira a seguir!

Qual o conceito de inoculação?

A inoculação consiste em adicionar microrganismos benéficos às plantas para suprir a necessidade de nitrogênio e melhorar a produtividade vegetal.

Os microrganismos utilizados são comercializados como inoculantes, Promover a fixação biológica de nitrogênio;que são insumos biológicos ou biofertilizantes.

Na prática, os inoculantes incorporam bactérias capazes de estabelecer uma simbiose com as raízes das plantas, facilitando assim, a fixação biológica de Nitrogênio (N),que é convertido em amônia (NH3) ou nitrato (NO3-).

Como funciona o processo de inoculação?

A realização do processo de inoculação é feita a partir da aplicação de microrganismos benéficos nas sementes antes da semeadura. Essas bactérias se estabelecem nas raízes das plantas e fixam o nitrogênio do ar, que é convertido em amônia ou nitrato.

O nitrogênio é um macronutriente fundamental para o desenvolvimento das plantas e a inoculação é responsável por ajudar a aumentar a produtividade e a reduzir a dependência de fertilizantes químicos.

Em geral, essa técnica é utilizada na agricultura para:

• Melhorar a absorção de água e nutrientes;
• Promover a fixação biológica de nitrogênio;
• Melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas;
• Aumentar a tolerância ao estresse hídrico e térmico;
• Promover a melhora na qualidade e saúde do solo.

Na prática, os inoculantes são formulados com base biológica e produzidos de acordo com protocolos estabelecidos pela Relare (Rede de Laboratórios para Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbiológicos de Interesse Agrícola),e registrados pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Quais são os tipos de inoculação?

Confira a seguir os tipos de inoculação e de inoculantes:

Tipos de inoculação

Inoculação bacteriana

A inoculação bacteriana é a mais comum na agricultura e atua estimulando o crescimento das plantas pela combinação de diversos mecanismos de atuação. Alguns exemplos de bactérias utilizadas são:

Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii: atuam nas raízes da cultura, formando os nódulos, onde ocorre o processo de fixação biológica do nitrogênio (FBN). Essas bactérias representam uma opção de uso para soja e feijão-caupi.

Azospirillum brasilense:tem a capacidade de fazer a fixação biológica do nitrogênio quando associada a gramíneas (baixa quantidade).

Inoculação de fungos

O uso de fungos também pode oferecer inúmeros benefícios para a lavoura como elevar a eficiência de aquisição de nutrientes e água, melhorar o desenvolvimento e promover maior tolerância a estresses abióticos.

Tipos de inoculantes

No Brasil, são comercializados dois tipos de inoculantes: líquido e turfoso. Veja como eles funcionam:

Inoculante líquido

Esse tipo de inoculante contém bactérias fixadoras de nitrogênio em uma solução aquosa. Ele pode ser aplicado diretamente nas sementes ou no sulco de semeadura, antes do plantio, para ajudar a intensificar a fixação biológica de nitrogênio.

Inoculante turfoso

O inoculante turfoso é um pó fino que possui bactérias fixadoras de nitrogênio e pode ser aplicado diretamente nas sementes para favorecer o desenvolvimento das plantas. No entanto, é preciso adicionar uma solução açucarada ao insumo.

>>> MATERIAL GRATUITO: E-BOOK GUIA COMPLETO PARA GESTÃO AGRÍCOLA <<<

Como deve ser feita a inoculação?

Cada tipo de inoculante tem forma de aplicação específica. Por isso, é fundamental seguir rigorosamente as orientações descritas pelos fabricantes.

Entenda como realizar os diferentes tipos de inoculação a seguir:

Inoculação da semente com inoculante turfoso

A inoculação de sementes com inoculante turfoso é um processo que consiste em:

• Umedecer as sementes com uma solução açucarada ou outra substância adesiva;
• Adicionar o inoculante;
• Homogeneizar;
• Deixar secar à sombra.

Inoculação com inoculante líquido

O inoculante deve ser aplicado diretamente nas sementes. Em seguida deve-se homogeneizar e deixar secar a sombra.

Inoculação com inoculante líquido no sulco de semeadura

Para realizar esse tipo de inoculação é necessário:

• Diluir o inoculante em água, na proporção de aproximadamente 50 litros por hectare;
• Aplicar a dose no sulco de semeadura, que deve ser seis vezes superior à dose indicada para a semente;
• O recomendado é realizar a operação à sombra, nas horas mais frescas do dia.

Quais cuidados devem ser considerados na utilização de inoculantes?

Para obter sucesso no processo de inoculação é fundamental adotar as seguintes medidas:

Selecione os inoculantes adequados à sua cultura

Antes de realizar a inoculação é necessário selecionar, de forma criteriosa, o inoculante adequado à cultura. Além disso, é importante verificar se o produto escolhido possui registro no Ministério da Agricultura e se ele foi transportado e conservado da maneira correta.

Proteja as sementes do sol e do calor

Os microrganismos necessitam de condições específicas para desenvolver e estabilizar. Nesse sentido, a inoculação deve ser feita na sombra, visto que o sol e calor excessivo podem prejudicar a sobrevivência deles.

Aplique a dose recomendada pelo fabricante

Leia a recomendação do fabricante e siga rigorosamente. Nela, você vai encontrar orientações sobre a quantidade mínima de microrganismos que devem aderir à semente para promover uma inoculação eficaz.

Tenha cuidado na combinação com outros produtos

A princípio, alguns produtos não são compatíveis e por isso não devem ser misturados. Então, seja cuidadoso ao combinar inoculantes com outros produtos como fungicidas e micronutrientes, que podem prejudicar a sobrevivência de microrganismos benéficos.

Respeite o prazo de semeadura

O indicado é semear no mesmo dia da inoculação. Isso garante que os microrganismos estejam ativos e aptos para estabelecer uma simbiose benéfica com as plantas hospedeiras.

Além disso, fique atento as boas práticas agrícolas utilizadas no processo de inoculação:

Local e horário: faça a inoculação na sombra, ou seja, nas horas mais frescas do dia;
Contato: evite o contato da bactéria com defensivos agrícolas;
Temperaturas: não deixe o depósito de sementes da semeadora muito quente;
Área de plantio: não realize a inoculação e não aplique agroquímicos em área de primeiro plantio.

Vantagens de fazer a inoculação na lavoura

Confira quais são as principais vantagens de utilizar inoculação na lavoura:

• Aumento da produtividade e rentabilidade da lavoura;
• Melhora o crescimento e desenvolvimento da cultura;
• Aumenta a resistência das plantas a estresses ambientais como períodos de seca;
• Eleva a eficiência na absorção de água e nutrientes;
• Reduz a necessidade de adubação nitrogenada;
• Melhora a qualidade do solo;
• Aumenta a fertilidade da planta e a capacidade de retenção de água;
• Reduz os impactos ambientais e custos de produção.

Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre boas práticas de inoculação em soja.