manejo da lagarta-do-cartucho na cultura da soja

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Como fazer o manejo da lagarta-do-cartucho na cultura da soja

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A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é uma das principais pragas que afetam a cultura da soja, causando sérios danos e prejuízos econômicos significativos. O manejo adequado dessa praga é essencial para garantir a produtividade e a qualidade da colheita.

Por isso, vou te explicar as melhores práticas e estratégias para o controle eficaz da lagarta-do-cartucho, abordando desde métodos de monitoramento e identificação até o uso de técnicas integradas de manejo de pragas (MIP). Ao adotar essas medidas, você pode minimizar os impactos negativos dessa praga, assegurando a sustentabilidade e a rentabilidade da sua produção de soja.

Vamos lá?

O que é a lagarta-do-cartucho?

A lagarta Spodoptera frugiperda, comumente conhecida como lagarta-do-cartucho, é uma praga de significativa importância agrícola devido ao seu potencial para causar danos severos em diversas culturas. Este inseto pertence à ordem Lepidoptera e é caracterizado por ser polífago, o que significa que pode se alimentar de uma ampla variedade de plantas hospedeiras. Essa versatilidade alimentar permite que a lagarta-do-cartucho se adapte facilmente a diferentes ambientes agrícolas, tornando seu controle um desafio constante para os produtores.

Uma das razões pela qual a Spodoptera frugiperda é tão problemática é sua capacidade de se aproveitar do sistema de plantio direto, uma prática agrícola amplamente utilizada que envolve a semeadura direta em restos de culturas anteriores, sem o revolvimento do solo. Nesse sistema, a presença de plantas daninhas pode fornecer abrigo e alimento para as lagartas, favorecendo sua sobrevivência e reprodução. As plantas daninhas atuam como hospedeiras alternativas, mantendo as populações da praga mesmo quando a cultura principal, como a soja, não está disponível.

A lagarta-do-cartucho é conhecida por seu comportamento invasivo, o que a fez ganhar o nome de “armyworm” ou lagarta-militar. Esse nome se deve à sua capacidade de se deslocar em grandes grupos, devorando plantações inteiras em curtos períodos de tempo. Quando as condições são favoráveis, as lagartas podem migrar em massa para novas áreas de cultivo, causando estragos significativos.

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O controle da lagarta-do-cartucho requer uma abordagem integrada, combinando métodos de monitoramento, práticas culturais e o uso de inseticidas quando necessário. A detecção precoce e o manejo adequado são essenciais para minimizar os danos e evitar a disseminação dessa praga voraz.

Assim, a Spodoptera frugiperda representa uma ameaça constante para a agricultura, especialmente em culturas como a soja, onde pode causar perdas econômicas substanciais. A compreensão detalhada de seu comportamento, ciclo de vida e estratégias de manejo é crucial para o desenvolvimento de práticas eficazes de controle e para a sustentabilidade da produção agrícola.

Saiba quais são as características da lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho apresenta distintas características ao longo de seu ciclo de vida, o que a torna uma praga notável na agricultura. O inseto pode ser observado na lavoura em duas fases principais: como lagarta e como mariposa.

Durante a fase de mariposa, o inseto costuma se encontrar nas folhagens da soja, geralmente próximo ao solo ou nas folhas da planta durante o dia. As mariposas adultas são noturnas, o que significa que são mais ativas durante a noite, quando se alimentam e acasalam. Elas têm asas anteriores de cor marrom acinzentada. Este comportamento noturno e a habilidade de se esconder nas folhagens durante o dia ajudam a evitar predadores e a maximizar suas chances de sobrevivência e reprodução.

Já na fase de lagarta, a praga adota um comportamento mais recluso durante o dia, abrigando-se sob a palhada ou torrões de solo para evitar predadores e condições ambientais adversas. As lagartas têm um corpo cilíndrico e segmentado, que passa por seis estágios de desenvolvimento antes de se transformar em pupa.

O ciclo de vida da lagarta-do-cartucho inicia-se com a fase de ovo, onde as fêmeas depositam seus ovos em grupos na superfície das folhas. Esses ovos são pequenos, esféricos e de cor esbranquiçada a amarelada, e eclodem em poucos dias, liberando as pequenas larvas. As larvas, ao eclodirem, começam imediatamente a se alimentar, crescendo e mudando de estágio larval por seis vezes, um processo conhecido como ecdise.

Após completar os estágios larvais, a lagarta entra na fase de pupa, geralmente no solo, onde se transforma em uma crisálida de cor marrom. Esta fase de pupa dura algumas semanas, dependendo das condições ambientais, e culmina na emergência da mariposa adulta, pronta para iniciar um novo ciclo de vida.

Esse ciclo de vida, com suas adaptações específicas em cada fase, permite que a lagarta-do-cartucho se adapte e prospere em diferentes condições agrícolas, tornando-se uma praga persistente e difícil de controlar.

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Entenda como controlar a presença da lagarta-do-cartucho

Para controlar a presença da lagarta-do-cartucho na cultura da soja, diversas estratégias podem ser empregadas, abrangendo métodos biológicos, químicos e práticas integradas. O controle biológico é uma abordagem eficaz, especialmente na fase de ovo, considerada a mais ideal. Uma das opções disponíveis é a utilização das vespinhas Trichogramma, que são inimigos naturais da lagarta e estão disponíveis comercialmente no Brasil. As vespinhas parasitam os ovos da lagarta, impedindo o desenvolvimento das larvas e, consequentemente, reduzindo a população da praga.

Outra estratégia de controle envolve o tratamento de sementes. Esta técnica é particularmente útil em áreas onde a incidência da lagarta-do-cartucho é historicamente alta logo após a emergência das plantas. O tratamento de sementes de milho, por exemplo, atua de forma preventiva, protegendo as plântulas nas fases iniciais de crescimento e retardando a necessidade de aplicações foliares, que são menos seletivas e podem afetar outros organismos benéficos.

O uso de variedades transgênicas também desempenha um papel crucial no manejo da lagarta-do-cartucho. As plantas geneticamente modificadas, como aquelas que contêm genes de Bacillus thuringiensis (Bt), produzem proteínas que são tóxicas para as lagartas, proporcionando uma defesa contínua contra a praga. Essas variedades transgênicas são uma ferramenta importante no Manejo Integrado de Pragas (MIP), uma abordagem que combina diferentes métodos de controle para minimizar os impactos negativos no meio ambiente e promover a sustentabilidade agrícola.

O Manejo Integrado de Pragas envolve uma combinação de práticas culturais, biológicas e, quando necessário, químicas. Monitoramento regular e técnicas de amostragem são fundamentais para detectar a presença da lagarta-do-cartucho e determinar o momento mais adequado para a intervenção. Práticas culturais, como a rotação de culturas e a eliminação de plantas daninhas, ajudam a reduzir os habitats e fontes de alimento da praga, diminuindo sua população.

O controle químico, embora eficaz, deve ser utilizado com cautela e como última opção. A aplicação de inseticidas específicos pode ser necessária em casos de infestações severas, mas é importante escolher produtos que sejam seletivos e que causem o menor impacto possível sobre os organismos benéficos e o meio ambiente. A rotação de inseticidas com diferentes modos de ação é recomendada para evitar o desenvolvimento de resistência nas populações de lagartas.

O controle da lagarta-do-cartucho na cultura da soja requer uma abordagem integrada e multifacetada. A combinação de métodos biológicos, como o uso de Trichogramma e plantas transgênicas, com práticas culturais e monitoramento regular, permite um manejo mais eficaz e sustentável da praga. O tratamento de sementes e o uso seletivo de produtos químicos complementam essas estratégias, proporcionando proteção contínua às culturas e promovendo a saúde do ecossistema agrícola.

Conclusão

A lagarta-do-cartucho é uma praga agrícola de grande impacto, especialmente em culturas como a soja. Seu controle eficaz requer uma abordagem integrada que combina métodos biológicos, como o uso de vespinhas Trichogramma, tratamentos de sementes e variedades transgênicas, com práticas culturais e monitoramento contínuo.

A utilização cuidadosa de inseticidas seletivos pode ser necessária em casos de infestações severas. Adotar essas estratégias de forma integrada é essencial para minimizar os danos causados pela lagarta-do-cartucho, garantindo a sustentabilidade e a produtividade das lavouras.

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