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Estratégia de integração Lavoura-Pecuária-Floresta: saiba tudo!

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A integração lavoura-pecuária-floresta é a estratégia de produção crescente no país.

É a utilização de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro da mesma área.

Feito em cultivo consorciado, sucessão ou rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades agrícolas.

Esta forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra e eleva os patamares de produtividade, pois tudo é produzido na mesma área. Além de usar melhor os insumos, diversifica a produção e gera mais renda e emprego na sua propriedade rural.

Tudo isso, de maneira ambientalmente correta, com baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.

Logo, a associação do componente arbóreo, com as pastagens e as lavouras adquire importância.

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Estudos mostram que, do ponto de vista das propriedades físicas do solo, não ocorre qualquer restrição para o desenvolvimento das culturas subsequentes a atividade pecuária, desde que não haja elevada intensidade de pastejo.

Se a lotação das áreas de pastagem for moderada, em geral ocorre leve adensamento do solo, o que não compromete o desenvolvimento vegetal, pois a porosidade não é afetada.

Quanto as propriedades químicas do solo, o pastejo causa melhoria na fertilidade do solo, por causa do acúmulo de matéria orgânica e da alteração na ciclagem de nutrientes. Além da melhoria na eficiência do uso de fertilizantes.

Bem como, a presença de leguminosas traz uma série de vantagens, como: menor uso de nitrogênio no sistema, melhoria da qualidade da dieta dos animais em pastejo e melhor cobertura do solo. Como também, redução no custo da alimentação do gado.

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Integração Lavoura Pecuária

A integração lavoura-pecuária possibilita que a área seja explorada economicamente durante todo ano, o que favorece o aumento da oferta de grãos, de carne e de leite. Tudo isso, ao custo mais baixo, por causa da atividade positiva entre a lavoura e a pastagem.

Integração Lavoura Pecuária Floresta
Fonte:Embrapa

Contribuição dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta

Os sistemas de lavoura-pecuária são alternativas para recuperação de pastagens degradadas e para a agricultura anual, que melhoram a produção de palha. Além de melhorar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.

Esse sistema também possibilita a utilização mais eficiente de equipamentos e o aumento de emprego e renda no campo.

Além disso, a pastagem proporciona a lavoura o solo melhor estruturado, em função do sistema radicular abundante e do resíduo de material orgânico deixado no solo.

A adoção da integração lavoura-pecuária proporciona benefícios recíprocos. Como a redução do uso de agroquímicos, por causa da quebra dos ciclos de pragas, doenças e plantas daninhas.

Além disso, a rotação na produção de grãos com pastagens, os resíduos vegetais se transformam em matéria orgânica. E o uso de leguminosas promove reciclagem de nutrientes e aumento do teor de nitrogênio no sistema.

A integração de árvores em meio a lavouras ou a pastagens se constitui alternativa a produção intensiva de lavouras e pastagens em monoculturas. Os efeitos positivos entre os componentes incluem a adequação ambiental e a viabilidade econômica.

Assim, produz na mesma área, grãos, carne ou leite e produtos madeireiros e não madeireiros ao longo de todo ano.

Em sistema de integração pecuária-floresta, o gado de corte tem reduzida influência sobre a produção e a qualidade da floresta e aumento da rentabilidade do sistema.

Ainda mais, os indicadores econômicos dos cultivos florestais solteiros ou em sistemas silviagrícolas apresentam maiores rentabilidades que as rotações de culturas anuais.

O componente florestal na propriedade rural é viável economicamente e é tão competitivo quanto a produção de grãos e a pecuária.

Para o componente pecuário, a integração lavoura-pecuária-floresta proporciona microclima favorável ao aumento do índice de conforto térmico para os animais a sombra das árvores.

Modalidades dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta

Os sistemas de integração podem ser classificados em quatro modalidades distintas.

A integração lavoura-pecuária, que é o sistema de produção que integra os componentes agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área e no mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos.

A integração pecuária-floresta, é o sistema de produção que integra os componentes pecuário com a pastagem e o componente animal e florestal, em consórcio.

A integração lavoura-floresta, é o sistema de produção que integra os componentes florestal e agrícola pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos agrícolas, sejam eles anuais ou perenes.

E, a integração lavoura-pecuária-floresta, é o sistema de produção que integra os componentes agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área.

Assim, o componente lavoura se restringe a fase inicial de implantação do componente florestal ou faz parte do sistema por vários anos.

Contudo, a adoção do sistema da integração lavoura-pecuária-floresta é facilitada pela adequada distribuição espacial das árvores no terreno. Além de favorecer o trânsito de máquinas.

Para tanto, o arranjo espacial mais simples e eficaz é o de renques, em que árvores são plantadas em faixas com espaçamentos amplos.

Quando se deseja privilegiar a produção de madeira, se utiliza espaçamentos menores entre os renques ou maior número de linhas em cada renque, de modo que, fica com maior número de árvores por hectare.

Para privilegiar a atividade agrícola ou a pecuária, se utiliza espaçamentos maiores entre os renques ou renques com menor número de linhas.

Arranjos de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta

O potencial de adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta em diferentes ecossistemas brasileiros está condicionado a diversos fatores, como:

  • Disponibilidade de solos favoráveis;
  • Infraestrutura para produção e armazenamento da produção;
  • Recursos financeiros próprios ou acesso a crédito;
  • Domínio da tecnologia para produção de grãos e pecuária;
  • Acesso a mercado para compra de insumos e comercialização da produção;
  • Acesso a assistência técnica;
  • Possibilidade de arrendamento da terra ou de parceria com produtores de grãos.

É indicado o uso de sistemas de integração de lavoura-pecuária para região centro-sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com aveia-preta e azevém, em cultivo solteiro ou consorciado com ervilhava ou trevos, para produção de forragem após as culturas de verão.

Ou, então o cultivo de culturas de inverno de duplo propósito como o trigo, aveia-branca, triticale, centeio e cevada, para produção de forragem no outono-inverno e produção de grãos no final do inverno e no início da primavera.

Desde a região norte do Paraná até o Cerrado, podem ser utilizados consórcios de grãos com forrageiras tropicais como a braquiária, Panicum, Andropogon e leguminosas forrageiras. Além do milheto, aveia e sorgo, para produção de forragem no período seco.

Na região central de Minas Gerais, os arranjos de integração lavoura-pecuária-floresta são formados por consórcios de eucalipto com culturas anuais no dois primeiros anos, como arroz e soja ou sorgo e milho, com pastagem de capim braquiária a partir do terceiro ano.

No ano de implantação do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, com o componente arbóreo, a lavoura deve ser priorizada, pois a colheita dessa primeira safra contribuirá para a redução do custo de sua implantação.

A recuperação das áreas de pastagens de baixa produtividade com plantio de milho, configura experiência inicial de implantação da integração lavoura-pecuária-floresta.

Outra iniciativa é o plantio de seringueira com pastagem em sub-bosque. Em muitas propriedades rurais amazônicas, a integração lavoura-pecuária-floresta é adotada com êxito, com o uso de diversas espécies forrageiras e arbóreas nativas ou exóticas.

As principais limitações observadas nesse sistema são: falta de persistência da pastagem sob as árvores, danos as árvores provocados pelos animais e redução do crescimento das árvores.

Integração de soja com eucalipto, em Porto Velho
Foto: Renata Silva

Outras barreiras para adoção desse sistema, nessa região, incluem: elevado investimento e baixo retorno econômico inicial, falta de infraestrutura e mão de obra especializada, complexidade do sistema e desconhecimento dos seus benefícios.

Apesar desses entraves, a recuperação de pastagens no Pará, por meio da integração lavoura-pecuária-floresta, é adotada por pecuaristas.

Os arranjos de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta que têm sido trabalhados na Amazônia integram os principais componentes: florestal, com mogno-africano, teca, eucalipto e paricá.

A estratégia de integração lavoura-pecuária-floresta apresenta-se como alternativa de melhor convivência com as condições climáticas da Caatinga.

Em virtude das limitações climáticas do bioma, a possibilidade de adoção do sistema de integração lavoura-pecuária apresenta restrições.

Estão sendo propostos sistemas de integração lavoura-pecuária com uso de palma forrageira, milho, gramíneas e leguminosas forrageiras adaptadas ao Semiárido.

Dessa forma, os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta é adotado em duas modalidades, nas regiões do Bioma Caatinga.

Seja com a introdução de animais em lavouras comerciais de espécies arbóreas permanentes como manga, goiaba, acerola e pinha, o que favorece a manutenção dessas áreas por meio do controle da vegetação herbácea e da adição de esterco.

Ou pela introdução do componente arbóreo seja nativo ou exótico em pastagens cultivadas adaptadas ao Semiárido.

Contribuição da integração lavoura-pecuária-floresta para o sequestro de carbono

A integração lavoura-pecuária apresenta considerável potencial de acúmulo de carbono no solo.

A elevação dos níveis de matéria orgânica no solo e a melhoria da qualidade física do solo com a introdução das pastagens em áreas agrícolas com níveis adequados de fertilidade indicam que a integração lavoura-pecuária tem potencial para reduzir o impacto ambiental.

Em virtude do papel reconhecido das árvores em crescimento para sequestrar carbono e, consequentemente, mitigar a emissão de gases do efeito estufa, os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta são considerados relevantes para região do Cerrado.

Nas duas últimas décadas, o eucalipto tem sido estabelecido no Cerrado, em combinação com culturas do arroz e da soja nos primeiros dois anos. Seguido de pastagens de braquiária e gado de corte, a partir do terceiro ano.

Conclusão

Viu como o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta é dinâmico e complexo, por causa das interações entre culturas e os animais?

No entanto, para a expansão da integração lavoura-pecuária-floresta, são necessários estudos de alternativas de culturas e de espécies forrageiras para consórcio para ser realizado na sua propriedade.

Além do arranjo espacial do componente arbóreo e seus efeitos na produtividade florestal de diferentes espécies em consórcio com diferentes culturas anuais.

Qual modalidade de integração lavoura-pecuária-floresta você implementa na sua propriedade?


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