Manejo Integrado de Pragas (MIP): entenda a importância
A princípio, você já deve saber que para ter sucesso no programa de manejo integrado de pragas na sua fazenda, deve-se identificar as pragas e dividir a área em talhões para facilitar o monitoramento e o controle.
Nesse sentido, além de desenvolver técnicas para monitorar as pragas e definir o nível de controle para cada praga antes que cause danos econômicos no seu bolso. E, por fim, estabelecer a estratégia de controle.
Manejo integrado de pragas
É definido como a escolha de medidas de controle de pragas que geram consequências positivas sociais, ecológicas e econômicas. Busca usar outras medidas de controle além do uso de produtos químicos. Dessa forma, é necessário conhecer o ecossistema agrícola.
Após conhecer o ecossistema fica fácil planejar as ações de manejo. Também, produtor, é fundamental levar em consideração os agentes de controle biológico, como os predadores que se alimentam das pragas.
É importante entender também que a ausência completa de pragas não é interessante. Nesse sentido, o ambiente sem pragas é desequilibrado, tem que haver controle de pragas até não haver dano econômico no seu bolso.
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Como começar o manejo integrado de pragas?
Quanto maior for a área da propriedade envolvida com o uso das estratégias de manejo integrado de pragas, maiores serão os benefícios adquiridos por você produtor. Como a adoção de práticas culturais que desfavorecem as pragas nos cultivos da propriedade rural.
Como, modificar a época de colheita, diminuir o espaçamento ou aumentar a densidade de plantio. Dessa forma, diminui o potencial de danos de pragas com a simples manipulação do ambiente de cultivo.
Os inimigos naturais são amigos do produtor rural
Quando o produtor entende que inimigos naturais são aliados no manejo de pragas ele busca utilizar inseticidas seletivos. Contudo, os inimigos naturais como predador Dorus luteipes possui sensibilidade a produtos químicos que deve ser levado em consideração para a escolha do produto químico.
Do mesmo modo os inimigos naturais reduzem as pragas, sem custo adicional pois se o ambiente estiver equilibrado é comum a ocorrência desses insetos. Com a ação deles, os produtores podem economizar bastante.
Estabelecimento de nível de controle deve ser feito para cada praga
A determinação do número da população das pragas deve ser estimada e verificar qual é a quantidade mínima que causa dano econômico. Esse é o primeiro passo a ser tomado pelo produtor rural para estabelecer o programa de manejo integrado.
Só devemos fazer o controle da praga quando a sua população alcançar a quantidade mínima que causa dano econômico, assim evita danos para a cultura e perdas para o seu bolso. Por isso é importante monitorar a população das pragas, para saber o momento do controle.
Pragas de parte aérea do cultivo de milho
Eventualmente a Tripes (Frankliniella williansi) pode afetar diretamente o número de plantas na colheita, já que provoca a morte da planta na fase inicial. Dessa forma, deve considerar esse inseto nas estratégias de manejo do milho.
A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) ataca plantas de milho recém-emergidas e acaba por matá-las. Logo, necessita de cuidados, mas se observado que ocorreu ataque na safra anterior o manejo certeiramente ocorrera nesse ano.
Essa praga é de maior preocupação em relação ao manejo pois os seus danos ocorrem em todas as fases de desenvolvimento do cultivo do milho. Logo, diferentes estratégias de manejo devem ser adotadas.
O manejo correto, deve começar na safra de verão (dezembro) e buscar restabelecer o equilíbrio ecológico. Para diminuir a pressão das diferentes pragas da cultura pela atuação de inimigos naturais. Pois essa praga é resistente a inseticidas.
Pragas iniciais: insetos de solo
O percevejo castanho (Scaptocoris castânea e Atarsocoris brachiariae) são pragas que atacam as plantas na fase de emergência ou estabelecimento. O método cultural é empregado como forma de manejo.
Pois as outras formas de controlá-los são difíceis, devido onde são localizados esses percevejos no solo. E o método cultural de aração os expõe aos predadores e causa esmagamento de adultos e ninfas desses insetos.
O controle biológico com o uso do fungo Metarhizium anisopliae também é possível de ser utilizado, já o químico é dificultado. Pois estes insetos ficam até 30 cm de profundidade nos solos, que é de difícil acesso aos inseticidas.
Manejo integrado de pragas da soja
Foi implantado no Brasil na década de 1970 e é aperfeiçoado ano após ano. E apresenta resultados positivos em relação ao impacto social, ambiental e econômico.
O uso errado de agrotóxicos desequilibra o meio ambiente e estimula o aumento de pragas, para reverter esses problemas só tem um caminho que é a utilização do manejo integrado.
Controle integrado das pragas que atacam as raízes
O manejo integrado dos corós associa diferentes medidas, como rotação de culturas, preparo do solo e manipulação da época de semeadura. Dessa forma, evita que esses insetos causem prejuízos aos cultivos de soja.
O manejo do percevejo castanho da raiz também não acontece com medidas isoladas, tem que combinar métodos culturais com os químicos e biológicos. Pois esse inseto não fica exposto para ser aplicado inseticidas, mas o uso de fungos ou nematoides é uma opção para diminuir a população.
Quais as principais pragas na cultura do trigo?
O coró do trigo (Phyllophaga triticophaga) consome a semente, raiz e parte aérea. Em propriedades com plantio direto possui maior frequência, pois o não revolvimento do solo protege as larvas da radiação solar e do ataque dos inimigos naturais.
Rotacionar o trigo com culturas como algodão, girassol e crotalária desfavorecem o desenvolvimento dos coros. E assim, diminui o pico populacional da praga.
Como realizar o monitoramento de lagartas e quando saber o nível de controle?
Na tabela 1 é possível verificar as três lagartas que causam danos a cultura do trigo, a forma de monitoramento e a tomada de decisão.
O controle de Pseudaletia adultera se restringe ao uso de 22 produtos com os seguintes grupos químicos: benzoilureia, metilcarbamato de oxima, tiocarbamato, organofosforado e piretroide. Já Pseudaletia sequax apresenta maior disponibilidade de alternativas, com 85 produtos registrados.
Para a lagarta militar, há 42 produtos registrados, entre eles: o piretroide, metilcarbamato de oxima, benzoilureia, organofosforado e neonicotinoide (AGROFIT, 2020). Verifica, que os princípios ativos pertencem aos mesmos grupos químicos, logo, deve realizar a rotação de ingrediente ativo.
Já para o controle do pulgão verde dos cereais (Schizaphis graminum) existe apenas sulfoxaminas registradas para o controle (AGROFIT, 2020). Porém a predação realizada por joaninhas é muito importante.
Portanto, ressaltamos o quanto é necessário utilizar inseticidas seletivos para preservar na sua propriedade os inimigos naturais.
Manejo integrado de pragas do feijoeiro
Mosca branca responsável por transmitir o vírus do mosaico dourado (VMDF),o seu manejo tem que ser realizado de acordo com a época do plantio. Em propriedades com alta incidência, o controle deve ser feito até o estádio de florescimento.
O manejo envolve o plantio de semente tratadas e pulverizações. O período de germinação até o florescimento o feijoeiro se encontra mais suscetível ao vírus do mosaico dourado.
Após o florescimento, não há necessidade de fazer o controle da mosca branca, pois os danos causados pelo mosaico dourado não são significativos.
Manejo de pragas na cultura do sorgo
A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) e broca da cana (Diatraea saccharalis) são as principais pragas da fase vegetativa. Que exigem monitoramento constante e uso de tecnologias para o manejo.
Para não prejudicar o estabelecimento das plantas na área de cultivo, deve realizar o tratamento das sementes. Os predadores e os parasitoides também são agentes fundamentais, para manter a população de pulgões, lagartas e percevejos abaixo do nível de dano econômico.
Dentro os inimigos naturais que possuem mais importância na propriedade rural durante o desenvolvimento da cultura destacam as joaninhas. Os crisopídeos, tesourinha, larvas de Syrphidae e os percevejos Orius insidiosus e o Geocoris sp., e os coleópteros das famílias Carabidae.
A utilização do controle biológico deve ser estratégia de manejo prioritária
Para pragas, como a broca da cana, o manejo realizado com a liberação de parasitoides de ovos Trichogramma galloi. Ou no momento em que se encontra larvas nos colmos deve ser feita a liberação da vespa Cotesia flavipes, que parasita o inseto e leva a morte.
Não existem inseticidas registrados para o controle da broca da cana na cultura do sorgo.
Conclusão
Portanto, é necessário que você, produtor rural, realize a identificação correta das pragas, dessa forma, se implementará o manejo eficaz.
Além da amostragem das pragas, dos inimigos naturais e os fatores que limitam as suas populações, pois isso determinara o sucesso do manejo integrado.
Viu como é fácil?