Plantas daninhas do trigo: aprenda a combatê-las
Todas as culturas são afetadas pela competição com as plantas daninhas, e se não controladas corretamente certamente ocorrerão perdas na produtividade. Com o trigo não é diferente.
Sabendo desse fato, conhecer as principais plantas que podem afetar a sua área de produção de trigo e principalmente como combatê-las é fundamental.
Buscando te ajudar neste assunto, separamos algumas informações úteis a respeito do controle das principais plantas daninhas no trigo.
Venha conferir!
Importância do controle de plantas daninhas na cultura do trigo
O consumo de cereais deve ter um aumento 1,9% em relação ao ano de 2020, principalmente pelo aumento do consumo de trigo.
Esse cereal está presente em diversos alimentos da população mundial, fazendo com que os cuidados na sua produção sejam cada vez mais rigorosos.
A área mundial semeada com a cultura do trigo se mantém estável desde a década 80, porém sua produção e consumo tiveram um grande aumento.
Esse aumento de produtividade é consequência de diversos fatores, entre eles está a melhoria no manejo da cultura em relação às plantas daninhas.
A perda de produção pode chegar a 62% com a presença de plantas daninhas nas áreas de trigo.
Essa perda é devido a competição das plantas daninhas por água, luz, nutrientes, espaço, e varia conforme a quantidade de plantas daninhas na área, a demora para realizar o controle e as condições ambientais.
O período mais crítico para a cultura do trigo, em relação à produtividade, acontece quando a competição ocorre até os 45 a 50 dias após a emergência.
Quando a competição ocorre após esse período a redução na produtividade não é afetada drasticamente, porém as plantas daninhas podem prejudicar a colheita e qualidade do cereal.
Por isso é necessário conhecer as principais plantas daninhas que afetam a cultura do trigo e assim saber quando e como fazer o controle.
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Principais plantas daninhas nas áreas de produção de trigo
Há várias espécies de plantas encontradas nas lavouras de trigo.
De climas mais amenos, tem-se o Cipó-de-veado (Polygonum convolvulus),a Erva-salsa (Bowlesia incana),
Em climas com temperaturas mais altas, encontra-se Picão-preto (Bidens pilosa),a Corriola (lpomoea spp.), a Guanxuma (Sida spp.) e a Poaia (Richardia brasiliensis).
Além das citadas acima, as que recebem maior destaque por apresentarem um manejo de controle mais difícil são: Aveia (Avena strigosa e A. sativa),Capim-amargoso (Digitaria Insularis),Azevém (Lolium multiflorum),Buva (Conyza spp.) e Nabo (Raphanus raphanistrum e R. sativus).
Você verá abaixo as principais características destas plantas daninhas e como reconhecê-las no campo.
Aveia (Avena sativa e A. strigosa)
Aveia-branca (Avena sativa) e Aveia-preta (Avena strigosa) são plantas cultivadas principalmente na região Sul do país.
São plantas de porte ereto, com ciclo anual, apresentam perfilhos e sua reprodução é por semente.
O controle de aveia no trigo é importante, pois além de ter competição com as plantas de trigo, há redução da qualidade comercial.
Devido à dificuldade no beneficiamento de separar os grãos de aveia dos grãos de trigo.
Capim-amargoso (Digitaria Insularis)
É uma planta daninha bastante frequente nas lavouras de diversas culturas, principalmente por já termos no Brasil plantas de capim-amargoso resistente à herbicidas, como haloxyfop e glifosato.
A planta tem características de porte ereto, entouceirada, herbácea, com presença de rizomas que favorece seu desenvolvimento e de ciclo perene.
Seu controle para ser efetivo, tem que ser realizado bem no início do seu desenvolvimento.
Isto porque as plantas apresentam capacidade de rebrota devido a formação dos seus rizomas, que geralmente ocorre em 45 dias após sua emergência.
Desse modo, seu manejo tem que ser assertivo para que essa planta não cause prejuízo na sua lavoura de trigo.
Azevém (Lolium multiflorum)
O azevém é uma gramínea forrageira de inverno, encontrada principalmente nas regiões Sul do país.
Bastante utilizada como pastagem para gado, por apresentar boa qualidade de massa verde e na agricultura por apresentar grande quantidade de palhada no solo.
Assim o capim-amargoso, já há presença de biótipos de azevém resistentes à herbicidas, como: iodosulfuron, clethodim, glifosato e pyroxsulam.
Desse modo, seu manejo é dificultado, necessitando de um manejo adequado para seu controle.
É uma planta herbácea, de porte ereto, perfilhada, com ciclo bianual ou anual, depende da espécie vegetal no período de inverno e sua propagação é feita somente por sementes.
Buva (Conyza spp.)
A buva é uma planta daninha encontrada em toda extensão do território nacional.
Tem sido destaque nos últimos anos devido sua resistência a vários herbicidas como: glifosato, clorimuron, diuron, paraquat, 2,4 D e saflufenacil.
É uma planta de porte ereto até 150 cm de altura, ciclo anual e propagada por sementes, podendo produzir cerca de 100 mil sementes por planta.
O controle dessa planta tem que ser realizado antes da formação e dispersão das sementes, pois podem ser levadas pelo vento a distâncias de até 65 km.
Nabo (Raphanus raphanistrum e R. sativus)
O nabo Raphanus raphanistrum, também conhecido como nabiça, é uma planta daninha que vegeta em qualquer estação do ano.
Já o Raphanus sativus é utilizado como proteção do solo, principalmente em áreas de plantio direto, devido ao aprofundamento de suas raízes em solos adensados.
Apresentam plantas de porte ereto, de ciclo anual, e reprodução somente por sementes.
É uma espécie que apresenta biótipos resistente a alguns herbicidas como: metsulfuron, cloransulam, clorimuron, iodosulfuron, imazapic, imazetapir, sulfometuron e nicosulfuron.
Manejo de plantas daninhas
O ideal de toda cultura é começar no limpo, sem interferência e competição com plantas daninhas.
Para o trigo o período crítico, no qual não é recomendado ter plantas daninhas na área, é de 12 a 24 dias após a emergência das plantas de trigo.
O manejo, portanto, visa impedir que haja redução de produtividade do trigo, realizando diversas métodos de controle.
Como controle cultural a semeadura na época adequada é importante, pois favorece o rápido desenvolvimento do trigo.
Além disso, a redução do espaçamento e densidade de plantas faz com que reduza ou retarde o aparecimento de plantas daninhas como a buva, pois esta planta daninha necessita de luz para germinar.
Para controle químico no trigo você encontra pouca quantidade de herbicidas que controlam gramíneas no meio da lavoura.
Portanto é recomendado que você realize um bom controle das plantas daninhas antes de semear o trigo.
De produtos que controlam as principais plantas daninhas encontradas na cultura do trigo temos:
- Glifosato, 2,4 D, metribuzin ou metsulfuron para controle de buva e nabo antes do plantio de trigo;
- Glifosato + graminicida para controle de plantas em estágios iniciais de aveia, capim-amargoso e azevém;
- Pendimethalin antes da semeadura, para controle de sementes de azevém e capim-amargoso;
- 2,4 D, bentazon ou metsulfuron para controle de buva e nabo pós emergente;
- Iodosulfuron para controle em pós emergência de azevém, aveia, nabo e buva;
- Clodinafop para controle de capim-amargoso, azevém e aveia em pós emergência;
- Diclofop para controle de aveia e azevém em pós emergência.
Outra estratégia de manejo é utilizar variedade resiste a herbicidas, que no caso do trigo é a tecnologia Clearfield®.
As variedades de trigo com essa tecnologia são tolerantes ao grupo de herbicidas que pertence às imidazolinonas.
Ajuda principalmente no controle de plantas daninhas como o azevém (Lolium spp) e o nabo (Raphanus spp.).
Conclusão
Neste artigo você viu as principais plantas daninhas no trigo e os métodos de controle mais utilizados.
Viu as características importantes das plantas daninhas mais comuns encontradas nas lavouras de trigo.
Além disso, observou que o controle mais efetivo é o pré-emergente, para que a competição não reduza a produtividade.
Conseguiu tirar suas dúvidas e saber mais sobre o tema? Aproveite e leia nosso artigo sobre custo no manejo de plantas daninhas.
Até mais!