Produção agrícola: o Brasil como líder mundial
A produção agrícola no Brasil está passando por um momento bastante favorável. Isso se deve às condições climáticas, que têm beneficiado as lavouras de grãos nas principais regiões do país.
As perspectivas são boas. Afinal, o esperado é que os níveis de produtividade apresentem um bom desempenho, especialmente nas culturas de soja e milho, que impulsionam o volume total e ao que tudo indica devem garantir mais um recorde na safra de grãos do país.
Neste artigo, você vai conferir todas as previsões para a safra de 2021.
Ficou interessado? Então, vamos lá!
Como é a produção agrícola no Brasil?
Em síntese, podemos considerar que a principal marca da agricultura no Brasil atual é a formação dos complexos agrícolas, desenvolvidos nas regiões que integram os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Nesse cenário, a produção agrícola no país destaca-se com a produção de soja, a carne para exportação e a cana-de-açúcar, em razão do aumento da necessidade nacional e internacional por etanol.
Sendo que, cada região tem predominância em culturas diferentes:
Sul: Além da soja, cultivam-se, em larga escala, o milho, a cana-de-açúcar e o algodão.
Sudeste: as culturas predominantes são a de café, a cana-de-açúcar e a fruticultura, com ênfase para os laranjais.
Nordeste: o principal cultivo é o de frutas, como o melão, a uva, a manga e o abacaxi. No mais, a agricultura de subsistência também possui um importante papel.
Centro-Oeste: tem como principal cultura a soja, também voltada para o mercado externo.
Norte: as atividades mais praticadas nessa região ainda são de caráter extensivo e de baixa tecnologia, possuindo ênfase na pecuária primitiva, na soja em expansão e em outros produtos, que competem com o extrativismo vegetal existente.
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Quais são os tipos de produção agrícola?
De modo geral, a atividade agrícola é formada basicamente por dois sistemas básicos de plantio, a agricultura extensiva e agricultura intensiva.
Extensiva: baixa produtividade, pequenas extensões de terra (minifúndios),utilização de técnica simples ou mais rudimentares.
Intensiva: alta produtividade, grandes extensões de terra (latifúndios),utilização de técnicas modernas e mecanização.
Sendo que, existem 4 tipos de produção agrícola que utilizam esses sistemas. São elas:
1. Subsistência: consiste na produção destinada ao autoconsumo. Também conhecida como agricultura familiar.
2. Orgânica: ligada ao desenvolvimento sustentável, utiliza técnicas com baixo impacto ambiental.
3. Comercial: atividade que utiliza a monocultura (cultivo de um tipo de alimento). Voltada essencialmente, para a comercialização dos produtos cultivados, é produzida em larga escala.
4. Permacultura: processo agrícola integrado ao meio ambiente que envolve a produção de plantas semi-permanentes e permanentes, levando em consideração os aspectos energéticos e paisagísticos.
Qual a estimativa de crescimento da produção agrícola para 2021?
De acordo com informações do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve chegar a 260,5 milhões de toneladas em 2021.
Em resumo, a pesquisa aponta que esta estimativa representa um novo recorde na série histórica iniciada em 1975 e representa um crescimento de 2,5% em relação às estimativas de 2020, de 6,4 milhões de toneladas.
De modo geral, as estimativas indicam um novo aumento na produção da soja (6,8 ou 8,2 milhões de toneladas) e declínios para o milho de 2ª safra ( -1,8% ou 1,4 milhão de toneladas) e o algodão herbáceo ( -14,0% ou 607 mil toneladas).
O aumento da produção alcançou todas as regiões do Brasil?
Na prática, todas as regiões do país apresentaram aumento na produção agrícola. Sendo que, na safra 2019/2020, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição:
- Centro-Oeste: 121,7 milhões de toneladas
- Norte: 11,0 milhões de toneladas
- Sul: 73,0 milhões de toneladas
- Nordeste: 22,6 milhões de toneladas
- Sudeste: 25,7 milhões de toneladas
Nesse sentido, o estado do Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,7%, seguido pelo Paraná (15,9%),Rio Grande do Sul (10,3%),Goiás (10,3%),Mato Grosso do Sul (8,7%) e Minas Gerais (6,2%),que, somados, representaram 80,1% do total nacional.
Fonte: Agência IBGE
Safra 2021: estimativa de área, produtividade e produção
Em suma, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021 deve ser recorde e somar 260,5 milhões de toneladas, com crescimento de 6,4 milhões de toneladas (2,5%) em relação a 2020.
Este aumento deve-se, principalmente, à maior produção de soja (6,8% ou 8,2 milhões de toneladas). Sendo quem, as principais altas em área são: soja (1,8%),o milho 1ª safra (1,9%) e milho 2ª safra (2,4%),com recuou no algodão herbáceo (-9,1%).
Algodão
Primeiramente, para o algodão, a estimativa é de 6,1 milhões de toneladas, que representa um declínio de 0,6% na produção em relação ao 2º prognóstico e de 14,0% em relação a 2020. Os principais produtores são Mato Grosso (69,4% do total nacional) e Bahia (19,7%).
Arroz
No geral, a estimativa do arroz é de 11,0 milhões de toneladas, o que representa declínio de 0,8% em relação a 2020, com reduções também de 0,2% na área a ser colhida e de 0,7% no rendimento médio.
No entanto, essa produção deve ser suficiente para o mercado interno brasileiro. Nesse cenário, o Rio Grande do Sul é responsável por quase 70,0% da produção nacional, com lavouras irrigadas de alta tecnologia.
Contudo, as estimativas de produção (7,6 milhões de toneladas) têm queda 1,9% em relação a 2020 e redução de 3,3% na produtividade (7.907 kg/há).
Feijão
A princípio, a estimativa para o feijão é de 2,8 milhões de toneladas, o que resulta em declínio de 3,0% em relação à safra colhida em 2020 (menos 86,4 mil toneladas). Sendo assim, a 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra, 956,1 mil toneladas e, a 3ª safra, 545,6 mil toneladas.
Milho
Em resumo, a previsão é de 101,7 milhões de toneladas, apresentando um declínio de 1,5% em relação à safra 2020 (menos 1,6 milhão de toneladas). No entanto, mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, com participação de 74,0% da produção de 2021, contra os 26,0% da 1ª safra de milho.
Soja
Em síntese, estima-se a produção de soja em 129,7 milhões de toneladas, apontando uma alta de 6,8% em relação a 2020. Além disso, a área a ser plantada (38,1 milhões de hectares) crescerá 2,7%. O rendimento médio (3.410 kg/há) deve subir 4,0%.
Assim, devido os preços mais compensadores da soja em relação ao milho, os produtores devem ampliar suas as áreas de cultivo, que em 2021 devem representar mais de 57,0% da área total de cereais, leguminosas e oleaginosa.
Enfim, viu como a produção agrícola no Brasil está em crescimento? Que tal saber mais sobre o mercado do agronegócio no nosso artigo “O que é Agronegócio: mercado, profissões e curiosidades”?
Até a próxima!