Pulgão: saiba como prevenir e controlar essa praga agrícola
O pulgão é um inseto sugador de seiva que ataca os mais diversos tipos de culturas. No total, são 1,5 mil espécies que causam danos como deficiência nutricional, retardamento do crescimento e redução da produtividade.
Neste artigo vamos mostrar os principais tipos de pulgões e as melhores formas de prevenir e controlar os seus ataques.
Confira a seguir!
O que são pulgões?
Podemos definir os pulgões como pequenos insetos sugadores de seiva que possuem no máximo 5 mm de comprimento e multiplicam-se com facilidade em condições de temperaturas alta e baixa precipitação.
Pertencentes à família Aphidoidea, essa praga agrícola prejudica as culturas não apenas pela sucção de seiva, mas também pela inoculação de toxinas e transmissão de viroses.
Vale destacar que no Brasil, os pulgões se reproduzem exclusivamente por partenogênese telítoca, na qual as fêmeas produzem larvas fêmeas sem o concurso dos machos.
Em síntese, são insetos que possuem diversas colorações, podendo variar do amarelo-claro ao verde-escuro.
Como ocorre o ciclo biológico do pulgão?
De maneira geral, os pulgões apresentam ciclo de vida muito curto, no qual completa uma geração a cada semana e origina até 10 ninfas/fêmea/dia.
Além disso, desenvolvem-se e multiplicam-se melhor em temperaturas amenas (18 a 25º C) e em períodos de pouca chuva. Sendo que, o clima frio aumenta a duração do ciclo de vida e diminui a multiplicação.
Assim, o ciclo biológico dos pulgões é caracterizado por:
Período ninfal: varia de 5 a 6 dias, durante o qual são verificados 4 ínstares.
Períodos reprodutivos e pós-reprodutivos: variam respectivamente, de 15 – 23 dias e 3 a 4 dias.
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Quais danos os pulgões causam nas plantas?
Em geral, os pulgões afetam o desenvolvimento das culturas e causam vários danos. Sendo que, a extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas depende da densidade populacional e do estágio de desenvolvimento, vigor e suprimento de água das plantas.
Entre eles, podemos citar:
- Declínio rápido da planta;
- Seca dos galhos a partir das extremidades;
- Folhas amareladas;
- Folhas e frutos menores;
- Apodrecimento das radicelas;
- Sintomas de deficiência nutricional;
- Infestação da face inferior das folhas;
- Manchas necrosadas na face superior;
- Retardamento do crescimento da planta;
- Contaminação com vírus;
- Favorece o desenvolvimento de fumagina.
Como surgem os pulgões nas plantas?
A princípio, o surgimento dos pulgões acontecem quando eles atacam as culturas em reboleiras, a partir da colonização de alados migrantes e, posteriormente se dispersam por toda lavoura.
Como resultado, as folhas atacadas ficam mais escuras e brilhantes e adquirem formas arredondadas, com as bordas virados para baixo, em forma de campânulas (encarquilhamento de folhas).
Além disso, os ponteiros atrofiam e as plantas apresentam desenvolvimento reduzido e crescimento retardado (enfezamento da cultura).
Quais são os tipos de pulgões?
Confira a seguir os principais tipos de pulgões que atacam as lavouras!
Pulgão algodoeiro
O pulgão do algodoeiro é um inseto pequeno, que mede aproximadamente 1,3 mm de comprimento e possui coloração variável do amarelo-claro ao verde-escuro. Sendo que, os adultos são predominantemente na cor verde-escura.
Em geral, eles vivem sob as folhas e brotos novos das plantas sugando a seiva. Sua capacidade de reprodução é enorme, visto que opera por partenogênese, ou seja, sem a participação do macho. Nas populações de pulgões ocorrem formas aladas e ápteras.
Nesse sentido, quando a começa a intensificar o crescimento da população, ocasionando a falta de alimento, aparecem as formas aladas, que voam para outras plantas, para iniciarem novas colônias.
Em relação aos danos, o pulgão algodoeiro é capaz de deformar a folha e os brotos, afetando seriamente o seu desenvolvimento, uma vez que a planta torna-se sensivelmente depauperada. Para combater e controlar a ação dessa praga, o indicado é utilizar inseticidas sistêmicos específicos.
Pulgão do Milho
Uma das principais características do pulgão do milho é o ataque das partes jovens da planta, como o cartucho e as gemas florais. No entanto, essa praga também pode atacar o pendão.
Além disso, ele é responsável pela transmissão do vírus do mosaico, que ocorre por via mecânica, através da picada de prova. Essa contaminação pode acontecer em qualquer densidade de população, principalmente quando as formas aladas estão presentes.
Desse modo, quando ocorre a infecção da planta pela transmissão do vírus, aparecem sintomas no limbo foliar na forma de um mosaico de cor verde-claro sobre um fundo verde- escuro.
Em resumo, as medidas eficientes para o seu controle são: o tratamento de sementes e a eliminação de hospedeiros nativos do pulgão compatíveis com o vírus (poáceas de forma geral).
Pulgão da espiga
Apesar ocorrer em baixa densidade no afilamento, o pulgão da espiga aparece em maior número nas folhas, junto com o pulgão da folha, preferindo se instalar nas espigas.
Seus danos podem ocorrer por meio da sucção da seiva, gerando consequências no rendimento de grãos, como a diminuição de tamanho, número e peso de grãos.
Além disso, o pulgão da espiga é responsável pela transmissão de um agente fito patogênico que reduz o potencial de produção do trigo, o Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC).
Contudo, o controle dessa praga pode ser feito das seguintes formas:
Biológico: realizado por patógenos, como Enthomophthora sp. É recomendada a utilização de técnica que favoreça a ação dos predadores Eriopis connexa e Cycloneda sanguinea e também dos parasitóides Aphidius sp, Praon sp e Ephedrus sp.
Químico: uso de inseticidas registrado para as culturas, seletivos aos inimigos naturais.
Pulgão verde
Primeiramente, o pulgão verde surge no início da fase vegetativa e em plantas jovens. Logo após alimenta-se da seiva e injeta substâncias tóxicas que diminuem o crescimento das árvores.
Nesse sentido, além de afetar o crescimento das culturas, essa praga é capaz de deformar os tecidos, causar necroses ao longo das nervuras e deixar as folhas encarquilhadas.
No mais, pode transmitir viroses, como por exemplo, o mosaico da cenoura (Carrot mosaic virus – CtMV),responsável por reduzir a produtividade das plantas infectadas.
O controle do pulgão verde pode ser feito por meio dos vários inimigos naturais. Dentre os principais estão o parasitóide Aphnsável idius sp. e os predadores Cycloneda sanguinea, Pseudodoros sp. E Alegrapta sp.
Como é feito o manejo e controle de pulgões?
Antes de tudo, é importante explicar que o Manejo Integrado de Pragas (MIP) consiste em um conjunto de boas práticas agrícolas que implica no monitoramento da população de insetos e combina métodos e estratégias de controle como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, visando evitar o dano econômico.
No caso dos pulgões, é possível prevenir a infestação por meio da aplicação de inseticidas sistêmicos via tronco ou drench (deve-se dar preferência a esta modalidade de aplicação, que é mais seletiva aos inimigos naturais). Enquanto a pulverização só é recomendada quando ocorrer ataque muito intenso e não houver a presença de inimigos naturais.
Contudo, a visita semanal à lavoura é fundamental, visto que permite reconhecer e monitorar a quantidade de pragas, em cada parte da planta, a fim de decidir sobre o controle no momento correto, evitando danos, perdas e prejuízos na produção.
Enfim, conseguiu tirar suas dúvidas sobre pulgões? Aproveite e leia nosso artigo sobre controle de pragas.
Até a próxima!