O que são Pulses?

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Considerados um dos alimentos mais nutritivos do mundo, os Pulses são grandes aliados na luta contra a desnutrição infantil e a obesidade.

Ricos em fibras, vitaminas e minerais, esse tipo cultura é definida como sementes secas de leguminosas utilizadas na alimentação. Sendo que, no Brasil são representadas principalmente pelos feijões, grão-de-bico, lentilha e ervilha.

Quer conhecer mais sobre os Pulses?

Confira a seguir!

O que são Pulses?

Em síntese, os Pulses são as leguminosas secas formadas por um grupo de 12 culturas, que inclui feijões, ervilhas secas, grão-de-bico e lentilhas.

Rico em proteína, fibras, várias vitaminas e aminoácidos e com colheitas fartas no Brasil, este diversificado grupo de alimentos tem sido cultivado por civilizações ao redor do mundo por mais de 10 mil anos.

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Qual a origem das Pulses?

Primeiramente, a palavra Pulse vem do latim Pulse, literalmente significando “sopa grossa”. Isso porque quando são cozidos, esses grãos produzem um caldo grosso, ou até mesmo uma sopa grossa, o que justifica o termo Pulses.

Esse termo foi utilizado pela primeira vez no Brasil pelo Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE). A partir de então, se tornou mais conhecido no país.

Em 2016 aOrganização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)declarou o Ano Internacional dos Pulses na sede da Food and Agriculture Organization, em Roma, Itália.

O objetivo da FAO foi reforçar a importância do consumo desses grãos, que são considerados grandes aliados na luta contra a desnutrição infantil e a obesidade. Além disso, os Pulses têm um grande potencial para ajudar a erradicar a fome, bem como melhorar muitas condições crônicas de saúde, como a diabetes.

Assim, para reafirmar o papel desses alimentos e ampliar a consciência pública sobre seus benefícios, a ONU designou o dia 10 de fevereiro como sendo o Dia Mundial dos Pulses.

Atualmente as Pulses têm sido reconhecidas por experts mundiais como os alimentos mais nutritivos que existem, chamados até mesmo de superalimentos. Sem contar que elas também fazem parte do portfólio de ingredientes 100% livres de transgênicos.

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Quais são os seus benefícios?

De modo geral, além de ser uma excelente fonte de micronutrientes, as pulses contribuem positivamente para a manutenção do meio ambiente e evitam o desperdício.

Em relação ao plantio, é uma cultura que necessita de menos água se compararmos com a soja, por exemplo. Enquanto a soja precisa de cerca de 1.700 litros de água para produzir 1 quilograma, para os pulses são necessários 330 litros de água para produzir 1 quilo de feijão.

Quanto ao o solo, os pulses ajudam na absorção de carbono e fixam nitrogênio, promovendo a diminuição do efeito estufa. Além disso, em casos de rotação de culturas, melhora o rendimento das outras culturas e seus resíduos são incorporados ao solo.

Vale destacar que essas leguminosas apresentam grandes valores nutricionais e carregam a característica de serem funcionais e versáteis. Desse modo, proteínas, fibras, lipídios, aminoácidos, ferro, vitaminas e muitos outros nutrientes podem ser encontrados em um único grão dessas leguminosas.

Contudo, por ser uma importante fonte de nutrientes, a produção desse grupo de alimentos acontece a milhares de anos e ajudam no combate da desnutrição de milhões de pessoas no mundo todo, sendo uma grande aliada da segurança alimentar e da nutrição.

Quais são os tipos de Pulses?

Feijão

Feijões variados - Pulses
Tipos variados de feijões

Em geral, existem aproximadamente 40 tipos de Feijão que podem ser encontrados no Brasil. Como destaque podemos citar o Feijão-preto, plantado em cerca de 20% da área produtora de Feijão, com maior consumo no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no sul e no leste do Paraná, no Rio de Janeiro, no sudeste de Minas Gerais e no sul do Espírito Santo.

Em seguida, o Feijão-carioca é o queridinho em praticamente todo o Brasil. Por isso, mais de 50% da área cultivada é semeada com este tipo grão. O Feijão-caupi ou feijão-de-corda é o mais aceito na Região Norte e Nordeste e, mas recentemente, começou a ser exportado.

Feijão-Carioca

Também conhecido como “carioquinha”, é o mais cultivado e consumido no Brasil, atingindo cerca de 60% de toda produção. Embora tenha alta demanda nacional, possui pouca aceitação no mercado internacional. Com a demanda estável, os preços são fortemente influenciados pela sazonalidade de produção, ou mesmo, pelo desempenho das safras no país.

Feijão-Preto

Considerado a principal matéria-prima da feijoada, esse tipo de feijão possui cultivos em quase todas as Unidades da Federação, os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais se destacam. A produção concentra-se basicamente na primeira e segunda safra devido, principalmente, as condições climáticas das principais regiões produtoras.

Diferente de outras variedades, o Brasil compartilha o hábito de consumo de feijão-preto com outros países da América Latina. Sendo assim, não é difícil que em momentos de menor produção, ou altas de preço, ocorra a importação desse grão no Brasil, oriundo normalmente da Argentina.

Feijão-Branco

O feijão-branco é uma variedade da espécie Phaseolus vulgaris L., que difere geneticamente dos feijões de tegumento claro, comumente cultivados no país como o feijão-caupi (Vigna unguiculata).

A produção nacional é quase nula de feijão-branco, no entanto, os brasileiros importam entre 10 e 15 mil toneladas de feijão-branco por ano.

A importação de feijão-branco em 2019 atingiu quase 12 mil toneladas. A Argentina é o principal fornecedor desse feijão para o Brasil.

Feijão-Caupi

Com origem no continente africano, o Feijão-Caupi é cultivado no Brasil desde o Século XVI. No entanto, diferente dos demais feijões cultivados no país, visto que não pertence à espécie Phaseolus vulgaris e sim à espécie Vigna unguiculata (L.).

Também conhecido como feijão-de-corda, feijão-fradinho, feijão de praia, feijão-miúdo e feijão macaçar, ele é o segundo feijão mais cultivado no país, com produção expressiva em 17 Unidades da Federação, sendo que as regiões Norte e Nordeste são responsáveis por mais de 75% da produção nacional.

Assim, devido da sua expressão regional, o bom desempenho dos cultivos tem atraído empresários de outras regiões do país, como é o caso do Mato Grosso, que na safra 2019/2020 já se configura como o segundo maior produtor nacional.

Vale destacar que além da boa aceitação no mercado interno, o feijão-caupi tem ganhado cada vez mais novos mercados. Em 2019, o Brasil exportou 43 mil toneladas que foram destinadas para 40 países da Europa, Ásia, África, América do Norte e Oriente Médio.

Feijão-mungo-verde, do grão ao broto

Em síntese, feijão-mungo-verde é uma leguminosa do mesmo gênero (Vigna spp.) do feijão-caupi. Apesar da boa adaptação às condições climáticas do Brasil e de apresentar bom desempenho agronômico no país, a produção do feijão-mungo-verde ainda é recente e inexpressiva devido ao desenvolvimento tímido do mercado.

Feijão-azuki, doce ou salgado

De modo geral, o feijão-azuki (Vigna angularis) é mais uma leguminosa anual de origem asiática e com grande consumo no Japão, China e Coreia, utilizado tanto em pratos salgados como em sobremesas. Todavia, apesar da produção diminuta, atualmente, o cultivo do feijão-azuki é realizado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Grão-de-Bico

Grão-de-bico - tipo de Pulses
Grão-de-bico

Pertencente à espécie Cicer arietinum L, o grão-de-bico consiste em uma leguminosa naturalmente de clima frio, com boa adaptação a temperaturas entre 15º e 35ºC, a depender da cultivar.

Assim, em função do aumento do interesse dos agricultores e a maior demanda, no Brasil, muitas cultivares já foram desenvolvidas para as condições climáticas do país, inclusive, muitas delas adaptadas às condições de cerrado.

Na prática, existem duas variedades comerciais exploradas o Desi e o Kabuli. Sendo que, no Brasil, o grupo Kabuli é o mais cultivado e aceito pela população. Por outro lado, o grupo Desi possui uma grande demanda nos países asiáticos.

A produção brasileira de grão-de-bico ainda é considerada baixa, uma vez que não atende a demanda interna e necessita de importação, oriunda principalmente do México e da Argentina.

Entretanto, espera-se que a área com grão-de-bico se torne cada vez mais expressiva no país, principalmente, no bioma cerrado.

Lentilha

Lentilhas - Tipo de Pulses
Lentilhas

Com origem na Ásia Ocidental e Central, a lentilha é a pulse mais antiga. No geral, ela possui boa adaptação ao clima temperado (cultura de inverno) com temperaturas ideais para germinação variando de 15 ºC a 25 ºC. Desse modo, em regiões tropicais, os cultivos são recomendados em áreas com altitudes superiores a 800 metros.

No Brasil, a produção de lentilha ainda é incipiente e ocorre, principalmente, na safra de inverno. Entretanto, o país tem se destacado pelo potencial tecnológico para mecanização da produção por meio da adaptação de máquinas e equipamentos utilizados no cultivo de outras leguminosas.

Ademais, devido à baixa produção nacional, praticamente, toda a demanda interna é atendida por meio da importação de países como o Canadá, Líbano e França.

Ervilha

Ervilhas - tipo de Pulses
Ervilha

Por ter origem no Oriente Médio, a ervilha (Pisum sativum L.) é uma leguminosa de ciclo anual de clima temperado, mas com cultivo adaptável às regiões tropicais em altitudes superiores a 500 metros.

Entretanto, apesar da adaptação a climas mais frios, essa leguminosa não tolera geadas e apresenta bom desenvolvimento com temperatura entre 13 ºC e 18 ºC.

Cultivada em alguns estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal a área produzida ainda é considerada pequena e com pouca representatividade no mercado, isto é, insuficiente para o suprimento da demanda nacional.

Enfim, agora que você sabe o que são Pulses, aproveite e leia nosso artigo sobreplantação de feijão e fique por dentro de todas as práticas de cultivo.

Até a próxima!


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atua como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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