Cultivo em terras baixas: torne-o mais eficiente; aprenda aqui!
As terras baixas, também conhecidas como áreas úmidas, são áreas de terra inundáveis por pelo menos um período de tempo durante o ano. No qual, são estabelecidos cultivos superficialmente inundados.
Os solos destas áreas encontram-se nas planícies de rios, lagoas, e aspecto comum é o excesso de água, isto é, apresenta drenagem natural deficiente.
Como característica comum, os solos de terras baixas apresentam relevo predominantemente plano, associado na maioria das vezes, a perfil do solo com camada superficial pouco profunda. Além do subsuperficial ser impermeável.
Existem, portanto, áreas de terras baixas relativamente bem drenadas, que viabilizam cultivos de sequeiro. E, outras tão imperfeitamente drenadas, onde apenas o cultivo de arroz irrigado em rotação com pastagem é viabilizado.
Dentre as possibilidades do cultivo nas terras baixas se destacam o arroz e a pecuária. No entanto, o aumento da incidência de plantas daninhas e doenças faz com que vocês, produtores, busquem outras alternativas para as áreas de terras baixas.
Nas terras baixas predomina o cultivo de arroz irrigado por inundação contínua no verão. Diversas espécies de importância econômica são alternativa ao arroz irrigado em terras baixas, como o milho, sorgo para grão, corte, pastejo ou bioenergia e a soja.
A soja ganha espaço, seja pela possibilidade de aumentar a rentabilidade econômica ou para melhorar aspectos do sistema de cultivo.
Cerca de 4,5 milhões de hectares são terras baixas e a maior parte compreende o cultivo de arroz irrigado em rotação com pastagens para pecuária extensiva.
Nessas áreas podem ser cultivadas outras culturas, como a soja, que tem aumentado sua área de plantio em torno de 64% em dez anos.
Cultivo da soja em terras baixas
Nas terras baixas, a incorporação da soja ao sistema de produção de arroz melhora a fertilidade do solo, reduz as plantas daninhas e onde antes amplas áreas permaneciam em pousio, com o cultivo traz a oportunidade de produção agrícola e assim, proporciona renda.
A cultura da soja ganha notoriedade em terras baixas, como alternativa de rotação com o arroz. Pois, ajuda no controle de plantas infestantes, quebra ciclos de doenças e pragas, visto que é pertencente à família distinta do arroz.
Somado a isso, é possível melhorar a fertilidade do solo e ser a alternativa a você, produtor de arroz. O que possibilita o aumento de renda e a diversificação das áreas de terras baixas, até então cultivada exclusivamente com arroz.
A cultura da soja, diferente do arroz, não tolera o encharcamento prolongado do solo, e esta característica implica na necessidade de se realizar técnicas específicas de manejo quando for cultivada em terras baixas, na rotação com o arroz irrigado.
Nas terras baixas, os principais fatores limitantes ao estabelecimento e a produtividade da soja estão relacionados as características físicas do solo e a dinâmica hídrica. Os solos de terras baixas são rasos e necessitam de descompactação mecânica.
Por isso, a soja tem alcançado médias menores de produtividade, por causa das características dos solos de terras baixas. Que apresentam pouca profundidade e assim possui baixa capacidade de armazenamento de água.
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Produção de grãos em terras baixas
Frente a isso, é importante a sistematização das áreas de terras baixas que eram utilizadas apenas para o cultivo do arroz irrigado. Para que as culturas de rotação, caso da soja, sejam inseridas e possam demonstrar seu potencial produtivo.
Uma técnica de plantio aplicada nas terras baixas garante boa produtividade da soja, mesmo na presença de solos com deficiência em drenagem natural.
Antes da semeadura da soja deve construir sulcocamalhões para o bom desempenho da cultura em áreas de terras baixas.
Pois, o desempenho das plantas depende do ambiente radicular, dos níveis de aeração e umidade no solo. O que é o desafio em terras baixas devido, as características físicas do solo.
Dessa forma, em solos de terras baixas, a prática de sulcocamalhão é significativa. Pois, a semeadura da soja sobre os sulcocamalhões permite a irrigação da lavoura por meio da inundação dos sulcos.
No entanto, a prática de escarificação do solo em conjunto com o sulcocamalhão, promove maiores benefícios ao cultivo de soja em terras baixas.
Como construir o sulcocamalhão?
Você pode usar as ferramentas disponíveis na sua propriedade para a construção do sulcocamalhão. Mas deve se atentar no seguinte, fazer o preparo da terra e passar a grade e fazer os camalhões, de modo que os sulcos fiquem no sentido da declividade da área.
Tem um propósito dos sulcos ficarem no sentido da declividade, pois assim o excesso da água passa no sulco e não prejudique o desenvolvimento da soja.
Plantio direto em terras baixas
O plantio direto em terras baixas segue os princípios do sistema de plantio direto, ou seja, mínimo revolvimento do solo, rotação de culturas e cobertura do solo.
Entre as poaceas, o azevém é a planta de cobertura mais utilizada em áreas de terras baixas, pois é adaptada aos solos inundados.
Plantas de cobertura
Com o aumento da utilização da soja nestas áreas e, o aumento do sistema de plantio direto, surge a necessidade de plantas de cobertura a partir do outono.
O azevém é utilizada no período da entressafra, pois além de ser adaptada as terras baixas, possui duplo propósito. Pois, pode ser usada tanto para cobertura e assim, protege o solo e como forrageira, dessa forma, aumenta a rentabilidade da produção.
O trevo-persa é outra planta que pode ser utilizada como cobertura. É leguminosa anual, de estação fria se destaca pela produção de forragem de alta qualidade.
Além da competitividade e pela boa adaptação a solos de terras baixas e persistência por ressemeadura natural.
Frente a isso, nota-se a importância de conhecer o comportamento das plantas de cobertura nas terras baixas em função do manejo utilizado por vocês, produtores.
E, como isto irá influenciar a disponibilidade de nitrogênio no solo e o estabelecimento de plantas de cobertura e nas culturas subsequentes, como a soja.
Rotação de culturas em terras baixas
Essas áreas são predominantemente utilizadas para o cultivo de arroz irrigado e a criação de bovinos de corte no sistema intensivo.
Além disso, a valor de mercado da soja chama atenção de vocês, produtores. Pois, ela incrementa a renda e intensifica assim, o uso das terras baixas.
Somado a isso, a utilização de soja em terras baixas contribui com a quebra de ciclo de pragas. Além de doenças e plantas daninhas que afetam a produtividade do arroz irrigado.
Ainda a produção constante de arroz irrigado em terras baixas aumenta a incidência de plantas daninhas, principalmente arroz vermelho. Além da incidência de pragas e doenças que prejudica o potencial produtivo.
Estratégias para o controle de gramíneas na cultura da soja
As principais plantas daninhas presentes em cultivos em terras baixas são o capim-arroz e o arroz daninho. A utilização de herbicidas pré-emergentes na cultura da soja, associado a aplicações pós-emergente de glisofato, contribui para o controle de gramíneas em terras baixas.
Ferrugem asiática em função de época de semeadura e de cultivares
A utilização de cultivares super precoce e precoce semeadas em outubro e novembro são estratégias eficientes no manejo integrado da ferrugem asiática em áreas de terras baixas cultivadas com arroz irrigado.
Inoculação com rhizobium
Após o tratamento com fungicidas as sementes devem ser inoculadas com rhizobium. Prática importante e de baixo custo, sendo necessária para se obter boa produtividade em áreas de terras baixas, principalmente quando a cultura for implantada sob plantio convencional.
Conclusão
São vários os manejos empregados, sendo que o plantio direto, seja roçado ou não, utilizado na entressafra do arroz, proporciona maior produção de matéria seca.
Dentre as plantas de cobertura utilizadas, o trevo-persa apresenta maior produção de massa seca.
Sendo que o estabelecimento da soja não é afetado pelos manejos utilizados e nem pelas plantas de cobertura usadas.
Empregue esses manejos citados nas suas terras e assim você vai garantir o máximo potencial do seu cultivo.